A população improvisou o resgate a duas vítimas de acidente de trânsito em Araguaína, no norte do Estado, por falta de viaturas do Samu e Corpo de Bombeiros disponíveis para prestar o atendimento médico especializado.
O fato ocorreu após uma colisão entre uma moto e uma pick-up Montana no cruzamento das ruas das Macieiras com Jaracatiás, no setor Araguaína Sul, na noite deste sábado (13).
O condutor e o garupa da motocicleta ficaram feridos e caídos no solo por quase uma hora aguardando o socorro que não chegou. Como chovia no momento, populares usaram papelão para cobrir as vítimas.
Depois de várias ligações ao Samu e Bombeiros, os moradores resolveram agir por conta própria e improvisaram o socorro, já que as unidades móveis estavam em outras ocorrências, também relacionadas a acidente de trânsito.
As vítimas foram embrulhadas com lençol, imobilizadas com papelão, amarrado com tiras de pano, e colocadas na carroceria de uma camionete S10 em cima de "maca" improvisada de madeira.
Já na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no mesmo setor, a camionete ficou parada na porta por cerca de cinco minutos, mas ninguém apareceu para receber as vítimas. Em seguida, o veículo se deslocou à entrada lateral da unidade, onde um funcionário orientou o motorista a seguir para o Hospital Regional de Araguaína (HRA).
Embora a ambulância da UPA estivesse no local, como mostram as imagens, as vítimas seguiram na carroceria da camionete, sendo escoltada por uma viatura da Força Tática.
Já no Hospital Regional, os profissionais se mobilizaram imediatamente para colocar as vítimas nas macas e providenciar o atendimento médico.
Toda a situação, que durou mais de duas horas, foi filmada por um cidadão revoltado com o descaso.
A UPA do Setor Araguaína Sul é administrada atualmente pelo Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBHG). E nota, o IBGH reconheceu a gravidade da situação e informou que "a orientação dada a todos os seus colaboradores é a de atender qualquer paciente que dê entrada na unidade".
Diante do ocorrido, o Instituto disse que já afastou os profissionais envolvidos no caso e que abriu uma sindicância para apurar a conduta do médico plantonista e demais colaboradores envolvidos.
"Serão avaliadas as responsabilidades de cada profissional, cabendo, inclusive, denúncia formal junto aos Conselhos responsáveis. O IBGH reforça que o respeito à vida humana e a garantia de atendimento humanizado e de qualidade aos pacientes, independentemente da complexidade do caso, é o propósito de nossa instituição".