O funcionalismo não recebeu nesta terça-feira, 20, o décimo terceiro salário. O silêncio do Palácio Araguaia em relação ao pagamento da gratificação de natal tinha gerado expectativa no Estado. Ao CT, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos (Sisepe), Cleiton Pinheiro, condenou a postura do Executivo e avisa que deve articular com demais entidades para realizar a cobrança. Um ofício já deve ser enviado ao governador Marcelo Miranda (PMDB).

A principal crítica do sindicalista a Marcelo Miranda foi quanto ao "silêncio total" feito, o que acabou frustrando o funcionalismo. Para Cleiton Pinheiro, o Executivo não preparou o servidor para o baque. "Preocupante este posicionamento de não depositar o dinheiro tão esperado pelo servidor. Isso depois de o governador dizer que está trabalhando para pagar. Mas então chega dia 20, não tem dinheiro na conta e o Estado não apresenta motivos para este atraso e nem planejamento", comenta.

Situação de caos

"O que nós temos de balanço em relação a 2016 é que o governador demonstrou total despreparo para a execução do exercício, ficou o tempo todo nadando sem sair do lugar porque não fez o planejamento para cumprir as metas estabelecidas no próprio Orçamento. Não teve austeridade e nós vemos o fechamento do ano em uma situação de caos", acrescentou.

Cleiton Pinheiro aproveitou para questionar o plano de redução de despesas anunciados pelo governo. De acordo com o sindicalista, o Portal da Transparência contesta a afirmação do Executivo de que reduziu os contratos temporários, já que em junho somavam pouco mais de 13 mil, e em novembro chegou a 16.082 servidores. "Aquilo que disse que foi de contenção de gastos não serve nem de refresco. Precisa ter coragem, posicionamento firme e ser gestor", sugeriu por fim.

Governo do Estado

Em conversa com a imprensa no dia 8 deste mês, o secretário da Fazenda do Tocantins, Paulo Antenor de Oliveira, adiantou que o depósito do décimo terceiro salário na conta dos servidores dependia do repasse da repatriação, citando também que despesas surpresas, como o pagamento do alinhamento da Polícia Civil, poderiam atrapalhar.

O governo do Estado se manifestou no fim da manhã desta terça-feira, 20, sobre o não pagamento do décimo terceiro salário do funcionalismo, que segundo informa, é estimado em R$ 223 milhões, valor bruto; e R$ 143 milhões, líquido. A nota reforça que o depósito depende do recebimento da multa da repatriação, que foi autorizada na noite de segunda-feira, 19, conforme Medida Provisória publicado em Diário Oficial extra.