O Governo do Tocantins, por meio da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto), está utilizando pneus descartados para solucionar os problemas dos atoleiros arenosos em estradas não pavimentadas no Jalapão, um dos destinos turísticos mais conhecidos do Estado. Para isso, foi criado um Projeto Ambiental Sustentável.
O descarte de pneus no meio ambiente gera uma série de consequências ambientais, sociais, sanitárias e financeiras. Por ser um material de alta resistência química e física – o que pode ser um problema para a reciclagem –, o pneu é uma solução barata e sustentável para o problema dos bolsões de areia existentes em diversos pontos nas rodovias estaduais da região do Jalapão.
A solução, criada pela Ageto, visa melhorar a trafegabilidade nas rodovias que dão acesso aos municípios de Novo Acordo, São Félix do Tocantins, Mateiros e Ponte Alta do Tocantins, com o uso de uma malha de pneus intertravados com cordas de seda em cerca de 100 pontos críticos, já levantados pela Ageto.
Na primeira etapa de execução do projeto, estão sendo recuperados quatro bolsões de areia considerados os mais críticos, sendo três na TO-255 (entre Ponte Alta e Mateiros), com um ponto depois da ponte do Rio Vermelho e dois depois da entrada da Cachoeira da Velha; e um na TO-030 (entre Novo Acordo e São Félix do Tocantins) próximo à Serra da Catedral.
De acordo com a secretária de Estado da Infraestrutura, Cidades e Habitação (Seinf), Juliana Passarin, esse é um trabalho pioneiro no Estado. “Além de sustentável, o projeto reduz os custos com materiais que seriam usados, já que os pneus usados para a recuperação das rodovias foram doados”, destacou. Cerca de 2.500 pneus descartados serão usados na recuperação desses pontos.
“A ideia foi pensada para solucionar os problemas que esses bolsões de areia geram para os usuários das rodovias do Jalapão”, reforçou o diretor de Operação e Conservação da Ageto, Gerival Aires Negre. Ele explica que o pneu descartado pode ter múltiplas aplicações e que sua reutilização ameniza os impactos gerados pelo seu descarte em aterros, incineradoras e na natureza.
O processo de recuperação inclui a aplicação de grelha com pneus usados descartados e revestimento primário. A equipe de trabalho é composta por engenheiro de campo, quatro ajudantes, um operador de retroescavadeira e motorista de pipa.