Mais uma vez os servidores públicos em greve buscaram apoio dos deputados para intermediar um acordo com o Governo Estadual. As constantes negativas do Executivo em negociar com as categorias e a falta de diálogo têm sido o principal empecilho. Na manhã desta quarta-feira, 31, os representantes e líderes assistiram à sessão das galerias da Casa e também das tribunas de honra, que foram liberadas para que os manifestantes acompanhassem a sessão.

Em apoio ao movimento, o presidente da Assembleia, deputado Osires Damaso (PSC), e os demais parlamentares, defenderam o direito dos servidores de lutar pela aplicação das leis e cobrar o pagamento da data-base, que representa a correção inflacionária anual.

Para o deputado Valdemar Júnior (PMDB), o Governo não pode fechar as portas para os servidores e negar o diálogo. "Calote e falta de humildade não podem fazer parte de um governo democrático. Se o índice hoje é impagável e a correção está fora dos parâmetros dos cofres públicos, que o Governo reveja a questão e negocie uma saída", disse Valdemar.

O deputado Zé Roberto (PT) ressaltou que o Executivo precisa encarar o problema e buscar soluções. Já Wanderlei Barbosa (SD) sugeriu a paralisação dos trabalhos legislativos em solidariedade aos grevistas até que o Governo receba os líderes sindicais. "Não dá mais para aceitar essa postura do governador. Nossa população está morrendo nos hospitais. Com a crise na Saúde e escolas em greve, como ignorar essa situação"? perguntou o parlamentar.

Vilmar de Oliveira (SD) lamentou a falta de compromisso do Governo com os servidores e a insistência em nomear comissionados. Já o deputado Ricardo Ayres (PSB) defendeu uma reforma administrativa para solucionar o problema de forma definitiva.

Em meio aos protestos, a sessão foi suspensa para que os deputados se reunissem com líderes dos sindicatos. Ao final da reunião, ficou definido que a Assembleia vai convocar representantes do Governo para uma audiência pública, em data ainda não decidida, para discutir sobre a greve. A proposta deve ser apresentada em plenário na próxima sessão. (Maisa Medeiros)