O 1º suplente Raimundo Cardoso entregou novos documentos nesta quinta-feira (10) ao Ministério Público Estadual (MPE) para reforçar a denúncia contra a eleição do Conselho Tutelar de Araguaína. Ele disse que a eleição foi "fraudada" e tem as provas. Na quarta-feira (9) um grupo de 10 candidatos já havia pedido a anulação do processo por suspeitas de irregularidades.
Cardoso relatou que alguns concorrentes foram prejudicados com supostas divergências no resultado da eleição, ocorrida no domingo, 6. Segundo ele, havia uma candidata na 10º suplência e após recontagem dos votos “na surdina” o nome dela saiu da lista dos suplentes.
Ele ainda denunciou ainda que na primeira contagem ele ficou em 11º lugar e com diferença de cinco votos para o 10º. E que após denunciar ao MPE, foi divulgado outro resultado em que a diferença reduziu de cinco para apenas um voto.
_Houve fraude na eleição do Conselho Tutelar de Araguaína. Tenho as provas, estão sendo protocoladas [no Ministério Público]. (...) Foi perseguição política. (...) Eles querem fazer tudo na surdina.” Afirmou Cardoso, que é conselheiro há oito anos.
Já Sandra Alves da Silva, conhecida como Sandra do Raizal, cobrou explicações sobre o resultado da eleição. Isso porque, segundo Sandra, ela e outra concorrente ficaram empates, com 622 votos. E o critério de desempate seria por idade e formação, em que Sandra ficaria com a vaga, mas aconteceu o contrário.
-Até terça-feira-feira eu era a 10ª suplente. Quando foi terça-feira a noite eles apareceram com uma lista no Diário Oficial na qual eu já não era mais suplente. (...) Deram três votos a mais para a moça [que assumiu seu lugar.] Gostaria de saber de onde surgiu esses votos. Frisou a denunciante.
Reunião no MPE
Esses e demais relatos foram apresentados ao promotor de Justiça Ricardo Alves Peres, durante reunião com nove candidatos na Promotoria de Araguaína. Também os denunciantes protocolaram as provas no Ministério Publico para contribuir com a denúncia que pede com a eleição do Conselho Tutelar.
Após ouvir os relatos, o promotor Ricardo garantiu apurar as denúncias. Entre as provas entregues, estão fotos de vereadores com candidatos, flagrante de boca de urna e campanha de apadrinhados políticos em órgãos públicos. Além de denúncia de pedidos de votos em igrejas evangélicas para candidatos.
Além de reclamação de eleitores que não conseguiram votar por falta de urna. Segundo relatado ao promotor, ao menos 180 pessoas reclamaram que não conseguiram votar devido a mudanças de locais de votação ou problemas em urna.
O outro lado-nota
O Conselho Municipal de Defesa da Criança e Adolescente (CMDCA) informa que algumas zonas eleitorais numerosas tiveram sessões divididas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) entre os locais de votação. A desagregação foi rapidamente solucionada com a realocação das urnas para o local previsto, com orientação do TRE. Durante o período de realocação foram disponibilizados veículos para deslocar os votantes até às escolas onde estavam suas respectivas seções e, assim, manter as intenções de voto.
Sobre a apuração dos votos, o CMDCA comunica que todo o processo foi acompanhado e fiscalizado por um representante do Ministério Público. A contagem manual dos votos foi realizada por duas vezes para manter a clareza do processo e a recontagem não alterou o resultado dos eleitos como conselheiros titulares. Os comprovantes de votação estão disponíveis para recontagem e qualquer pessoa pode interpor recurso contra a votação e apuração até esta quarta-feira, dia 9.