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Idosos recebem orientações sobre prevenção da leishmaniose visceral em Araguaína

Palestra realizada no CRAS III levou esclarecimentos aos idosos sobre os sintomas, formas de transmissão e cuidados para evitar o calazar em humanos e animais

Em casos de suspeita em animais, a população pode entrar em contato com o CCZ pelos telefones (63) 3415-5307 e (63) 3411-7040
Foto: Thiago Santos / Secom Araguaína

Os idosos atendidos no CRAS III, na região sul de Araguaína, puderam receber, nesta terça-feira, 26 de agosto, informações sobre prevenção e controle da leishmaniose visceral, conhecida como calazar. A ação foi conduzida pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Araguaína, como parte do mês dedicado ao combate da doença.

Durante a palestra, foram explicados os principais sinais da leishmaniose. Em humanos, os sintomas mais comuns são febre prolongada, fraqueza, perda de peso e aumento do baço e do fígado. Já nos cães, podem surgir queda de pelos, feridas, unhas crescidas e emagrecimento.

Os participantes também receberam instruções sobre como reduzir a presença do mosquito-palha, transmissor da doença: manter quintais e jardins limpos, não acumular lixo em casa ou em terrenos baldios, evitar criatórios úmidos e secos de animais e não criar galinhas na área urbana.

Entre as dúvidas apresentadas pelos idosos estavam se o calazar tem cura, quando procurar o CCZ e como identificar casos suspeitos em animais.

“Tivemos essa conversa com idosos para que eles possam ter uma visão mais abrangente sobre a doença e para que eles consigam identificar casos suspeitos e sintomas, na tentativa de evitar que os animais ou até eles mesmos sejam prejudicados pela doença. Essa palestra foi interessante porque as pessoas mais velhas têm algumas situações culturais relacionadas ao calazar, principalmente sobre a criação de galinhas, que ainda é comum e traz risco”, explicou Admilson Modesto, médico veterinário do CCZ.

Dados da doença em Araguaína

Em 2025, o município registrou cinco casos de leishmaniose visceral em humanos, todos acompanhados pelo Hospital de Doenças Tropicais (HDT). Entre os cães testados, 15% apresentaram resultado positivo para a doença. Atualmente, mais de 300 agentes de combate às endemias atuam pelo município.

Em casos de suspeita em animais, a população pode entrar em contato com o CCZ pelos telefones (63) 3415-5307 e (63) 3411-7040.

Ações de prevenção na cidade

A Prefeitura de Araguaína mantém ações contínuas de prevenção, com orientação direta aos moradores sobre limpeza dos quintais, uso de repelentes, mosquiteiros e redução da exposição ao ar livre no fim da tarde e à noite.

Maria das Graças Teixeira, 67 anos, que participa das atividades do CRAS III há um ano, comentou sobre a ação realizada na unidade.

“Gosto muito de participar de todos os eventos que têm aqui. Nunca tinha participado de uma palestra sobre o calazar e achei muito interessante, pois pude tirar muitas dúvidas, inclusive sobre a minha cachorrinha. E saber que existe um telefone para contato sobre suspeitas, para mim, foi uma grande novidade, pois é muito fácil, basta ligar”, ressaltou.

No cuidado com os animais, o município realiza exames para diagnóstico da leishmaniose canina. Cães com resultado positivo podem ser tratados pelos donos ou recolhidos pelo CCZ. Além disso, 35 bairros são contemplados com o encoleiramento gratuito de cães.

A Lei Municipal nº 2908/2014, que proíbe a criação de galinhas e outros animais de pequeno porte na área urbana, também é fiscalizada para reduzir riscos de proliferação do mosquito.

Atividades do CRAS alcançam crianças, jovens e idosos

Além da palestra, os 20 idosos cadastrados no CRAS III participaram de ginástica laboral e tiveram lanche coletivo. A unidade atua oferecendo diversos serviços voltados à proteção social básica. Entre as ações realizadas, estão o acompanhamento contínuo das famílias, a solicitação de benefícios eventuais e a atualização do Cadastro Único (CadÚnico).

A unidade também promove atividades para crianças por meio das oficinas e percursos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), adaptadas de acordo com as faixas etárias. Também são oferecidos cursos profissionalizantes e oficinas para adolescentes, jovens e idosos, realizados em parceria com instituições locais, com foco em preparar e encaminhar os usuários e suas famílias ao mercado de trabalho, fortalecendo o vínculo familiar e inclusão.