Bebês que nascem prematuros ou com baixo peso no Hospital Maternidade Dona Regina, em Palmas, têm usufruído de atenção humanizada que lhes possibilitam diminuição no tempo de internação e no risco de infecção hospitalar, além de aumentar vínculo entre pais e filhos. O método Canguru é atualmente desenvolvido em maternidades públicas, mas há estudo para ampliação à rede particular. No Hospital Dona Regina, em três anos, mais de 300 bebês já foram atendidos pelo método.

De acordo com a enfermeira e tutora do método no hospital, Suely Costa Sousa, o método, baseado no contato físico, é muito importante e traz vários benefícios para pais e bebês. “O método ajuda no aleitamento materno, cria vínculo entre os pais e a criança. Além de ajudar os pais a prestar assistência aos seus filhos e a entender os sinas dados por eles”, afirmou.

O método consiste em três etapas. A primeira, ainda durante a gravidez, acolhe e acompanha grávidas de alto risco e, após o parto, mãe e pai já podem ter contato com o filho na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) ou na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (Ucinco). “A unidade está de portas abertas para os familiares, essa é a diferença do cuidado humanizado”, explicou Suely.

Quando os bebês não precisam mais de entubação, nem de oxigenação mecânica, eles seguem para a segunda etapa do método, no qual permanecem até estarem com 2kg. Nessa fase, as mães ficam 24 horas com os filhos e são responsáveis pelos cuidados como banho e medicação oral.

Aderval Araújo é pai de Isabela, que nasceu com apenas 7 meses. Ele conta que a filha ainda não mama diretamente do seio da mãe e que é estimulada duas vezes ao dia para aprender. “É minha primeira filha e acho que todo pai deveria ter esse momento. Passamos o dia inteiro juntos e esse método ajuda no ganho de peso”, comentou.

Atualmente, três bebês estão na primeira fase do método Canguru e concluem medicações para poderem seguir para a segunda fase. Outros três bebês já estão na segunda fase do método no hospital Dona Regina, que tem leitos para nove.

A mãe de Yohanna, Ana Paula de Oliveira, comentou que a filha nasceu com apenas 1,372kg e que a assistência prestada pelo hospital a deixou mais confiante. “Quando cheguei, eu tinha medo de tudo, mas me ensinaram a dar banho e a amamentar. Agora, fico mais tranquila. Eu era muito nervosa”, confessou.

Na terceira etapa, as famílias podem ir para casa, tendo que voltar para acompanhamento duas ou três vezes na semana, de acordo com o caso, até completarem 2,5 kg.

O Hospital Dona Regina é referência estadual neste método, que cria elo entre familiares, maternidade e bebês, diminui o tempo de internação e o risco de infecção hospitalar, aumenta o vínculo entre pais e bebês, além de proporcionar melhores condições de vida às crianças.

Capacitação

No final do mês de maio, profissionais do Hospital e Maternidade Dona Regina, do Hospital Regional de Paraíso, Hospital e Maternidade Tia Dedé, de Porto Nacional, Hospital Regional de Gurupi, Hospital Regional de Augustinópolis e Maternidade Dom Orione, em Araguaína, participaram de Curso de Capacitação de tutores para Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso - Método Canguru. Com o curso, mais 27 profissionais estão certificados para repassar os conhecimentos aos demais, dando base para construção do projeto de implantação e implementação do Método Canguru nos municípios.