Fernando Almeida/Araguaína Notícias

O Juiz substituto da Comarca de Goiatins, Kilber Correia Lopes, suspendeu até o dia 9 de dezembro os despejos na Gleba do Tauá, em Barra do Ouro.  A decisão foi proferida nesta sexta-feira, 20, e derruba temporariamente a determinação do Juiz  titular Luatom Bezerra, que ordenou a reintegração de posse.

A suspensão se estende até 9 de dezembro, data em que ocorre uma reunião para discutir problemas referentes  aos ocupantes da Gleba do Tauá. Na data, estarão presentes a Comissão Pastoral da Terra e Órgãos Federais como o Ministério Público Federal,  Incra, Ouvidoria Agrária Nacional, MDA e Programa Terra Legal. Além das famílias que moram na terra alvo de disputa.

No último dia 12, cerca de 40 famílias tradicionais começaram a ser despejadas na Gleba do Tauá. No entanto, os mandados de reintegração de posse foram suspensos depois que máquinas de fazendeiros demoliram o casebre da líder camponesa Raimunda Pereira dos Santos  (73), assim que ela foi despejada. O que não é permitido.  

A nova decisão assegura que nenhuma das 40 famílias sejam despejadas até o dia 9 de dezembro. Para a Comissão Pastoral da Terra (CPT)-Araguaína, a suspensão do despejo traz alívio e “ abre caminho para uma justa solução.” Esperamos que, a partir desse encontro, o MDA assuma suas responsabilidades e faça as devidas gestões para colocar fim ao conflito.”

A expectativa da CTP é que a terra seja regularizada e entregue aos ocupantes que moram no local há meio século. Segundo a entidade, a Gleba do Tauá é uma área da união, alvo de grileiros com interesses especulativos ligados ao agronegócio.

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