O deputado federal Lázaro Botelho (PP), único tocantinense citado na Lava Jato até o momento, está entre os dez políticos brasileiros ?fisgados? pela Receita Federal. O motivo, segundo reportagem da Revista Isto É, trata-se de movimentação financeira incompatível com o rendimento.
A Revista cita que o alerta vermelho da Receita Federal foi aceso após denúncias de parlamentares recebererem propina de recursos desviados da Petrobrás. Diante disso, o Órgão fez o ?pente fino?, a pedido do Ministério Público Federal. A investigação sobre o patrimônio deles foi ampliada e aprofundada.
Dos 44 envolvidos na Lava Jato, a Recita Federal já aplicou multa contra dez políticos. Segundo a Isto É, os auditores estão pedindo justificativas até mesmo para gastos em valores inferiores a R$ 1.000 e, principalmente, questionando a origem de depósitos em suas contas, mesmo quando são em valores baixos.
"Em geral, os auditores detectaram gastos incompatíveis com os rendimentos ou entrada de valores com origem desconhecida ou suspeita. Isso ocorreu, por exemplo, em operações de venda de gado sem documentos comprobatórios e depósitos em dinheiro sem origem identificada," explica a reportagem.
A lista de políticos que já respondem a autos de infração da Receita inclui Aníbal Gomes (deputado federal pelo PMDB-CE), Arthur Lira (deputado federal pelo PP-AL), Dilceu Sperafico (deputado federal pelo PP-PR), Eduardo Cunha (deputado cassado, do PMDB-RJ), José Otávio Germano (deputado federal pelo PP-RS), Lázaro Botelho (deputado federal pelo PP-TO), Mário Negromonte (ex-ministro, à época pelo PP-BA), Roberto Britto (deputado federal pelo PP-BA) e José Dirceu. Além do ex-deputado André Vargas (PT). Todos negam as acusações e tentam reverter a autuação da Receita.
Resposta do deputadoEm nota ao AN, a Assessoria de Lázaro Botelho informou que o deputado, "maior interessado na elucidação dos fatos, por iniciativa própria, abriu mão do seu sigilo fiscal e forneceu autorização de acesso as suas contas bancárias à Receita Federal do Brasil. A autuação aplicada teve origem no atraso na entrega de comprovantes relacionados a créditos de operações de financiamentos bancários. Os referidos documentos comprobatórios já foram entregues para análise da Receita".