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Lídia e José contam que é na velhice a hora de saber quem ama de verdade

Professora e lavrador são casados há quase 60 anos e a esposa conta que o romance cresceu com idade.

Para Lídia e José, a realização da vida é ter um porto seguro no casamento.
Foto: William Monteiro/Ascom

Neste Dia dos Namorados, 12 de junho, a Prefeitura de Araguaína traz uma história de amor que cresceu com a sabedoria da idade. Lídia Ferreira Soares e José Domingues Neto, 81 anos e 84 anos, estão juntos há quase 60 anos e a esposa conta sobre a importância da família e da informação no desenvolvimento da relação. O casal é último da série "Amor sem face”, que trouxe quatro entrevistas de quem construiu uma história baseada na parceria e cenários incomuns.
 
A professora aposentada, que é natural de Araguatins, conheceu o lavrador maranhense em um forró e logo se casaram para formar um ninho, um porto seguro. “Naquela época a gente aceitava o filho que vinha e eu achava os meninos lindos, queria mais. Mas o médico dizia, a senhora não pode mais ter filhos”, contou Lídia sobre o surgimento da família.
 
Mas nem tudo são flores e para a esposa os primeiros anos de casamentos não foram fáceis, em muito por causa da falta de conhecimento. “Não foi muito bacana. A gente tinha amizade e respeito, mas não tinha um romance. Era aquela coisa difícil, antiga, sem fantasia. Mas deu para mesmo assim a gente ser feliz”.
 
O rumo mudou mesmo quando se mudaram para Araguaína em 1985 e deixaram para trás o que Lídia chamou de um lugar atrasado. “Na Igreja Católica, a gente teve uma vida em comunidade e as outras pessoas enriquecem a gente. E esse encontro em Cristo nos ajudou a ter mais amizade um com o outro, ter mais romance e aconchego”, disse a professora.
 

Maturidade no relacionamento


Os dois já passaram dos 80 anos e nesta idade a esposa explica que é a hora de saber quem ama de verdade. “Um casal que se cuida pode ter um namoro até os oitenta anos. Agora, às vezes um tem problema de saúde. A vida a dois é como chupar uma laranja. No começo o suco é doce e depois vem o bagaço amargo, mas esse amargoso que vai controlar o intestino. A gente não pode jogar fora depois, porque amar é ajudar, amar é fazer o outro feliz”.
 
Hoje, eles têm o prazer de ver a família toda reunida, o que é tudo na vida deles. São seis filhos, 17 netos e sete bisnetos. “Eu sou uma idosa realizada, eu sou uma mãe realizada, eu sou uma esposa realizada, uma avó realizada”, afirmou Lídia.

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