Leiliane Frozina*
É triste, chato e até lamentável o que vemos atualmente nas redes sociais quanto à escrita. Tudo bem, há as abreviações e a própria linguagem que se usa na internet, mas, convenhamos que hoje há “assassinatos” da Língua Portuguesa que estremece nossos osso de vê-los.
É muito comum encontrarmos “concerteza”; “encima”; “com migo”, mas uma das palavras que me deixou contrariada esses dias foi “calvogada”. O que é isso mesmo? Será se a raiz da palavra mudou com o novo acordo ortográfico e eu não fiquei sabendo? Até onde eu saiba a grafia correta da palavra deriva de “cavalo”. Então o certo seria “Caval/gada”, ou seja, passeio a cavalo. Poxa, é triste. O pior de tudo é que vemos e ainda “curtimos” tais coisas.
Outra coisa mais dolorida ainda é saber que nossos professores de Língua Portuguesa, ao utilizarem a rede social, estão também cometendo esses tipos de erros. Esquecem de pontuar corretamente o que postam e ainda se dão o luxo de não acentuarem a conjugação do verbo “ser” na terceira pessoa do singular. Um claro exemplo: “Isso e feio”. O quê?
É nessa hora que agradeço pelas aulas de sintaxe, pragmática, semântica e outras que tive durante toda a minha graduação.
Queridos e queridas, não precisa cursar Letras para uma boa escrita, apenas pratiquem mais um pouco de leitura. Façam cópias, peguem o dicionário uma vez ou outra. Não custa nada. Isso é prático, fácil e ao alcance de todos.
Fico indignada com isso. E esses são os mínimos que cito aqui. Professores, tudo bem que os “porquês” são uma chatice de se aprender, mas algumas coisa são bem mais fáceis como as conjunções ‘mas’ e ‘mais’, como os antônimos “bem e mal”, “bom e mau”.
As pessoas reclamam tanto da Educação no Brasil, mas esquecem de fazer sua parte. Meu pai só estudou até o terceiro ano do ensino fundamental, mas escreve melhor que muito advogado, médico e professor por aí. E isso é mérito da leitura que ele pratica.
Minha mãe tem apenas o ensino médio, mas numa situação de escrita, deixa muito acadêmico de Letras e Pedagogia no chinelo. Mérito da leitura que pratica.
Leiam mais, pratique mais a escrita, não custa nada.
Deixo claro aqui que não estou criticando a Língua falada, mas a escrita. A fala depende de situações: sociais; culturais e até mesmo dos regionalismos. Mas até onde eu sei a gramática da Língua Escrita é só uma por isso temos uma “Norma Culta Padrão”.
Perfil
Leiliane Frozina é formada em Letras pela UFT,
gentilmente colabora com o Araguaína Notícias.