Fernando Almeida

Babaçulândia (TO), com uma população de 10.446 habitantes (IBGE/2010), teve sua rotina afetada com enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE), em 2011.  Desde então, moradores sofrem com os problemas sanitários e alagamentos.  Agora, nessa semana a reportagem recebeu denúncias do lixão que funciona a céu aberto às margens do Rio Tocantins.

Segundo a denúncia, o lixão é administrado pela Prefeitura do Município e fica numa distância de apenas de 3,5 km da cidade.  Ainda conforme o denunciante, que preferiu não ser identificado, no local são descartados o lixo hospitalar, o lixo doméstico e até restos de animais.

A denúncia aponta ainda que todo o lixo fica em contato direto com a natureza, contaminando assim as nascentes de córregos e rios. “As fotos em anexo são a maior prova do descaso total com a população de Babaçulândia e com a própria mãe natureza,” afirma o denunciante.

A situação também tem trazido problemas para a população da zona rural e chacareiros. Conforme relatado, crianças e adultos estão sofrendo com dores de cabeça constantes e náuseas devido ao forte odor que exala do lixão. Para piorar a situação, recentemente atearam fogo no lixo e a fumaça se tornou outro agravante. 

A denúncia já foi encaminhada aos órgãos ambientais como Naturatins, Ibama, Polícia Ambiental e Promotoria do Meio Ambiente, mas nenhuma atitude foi tomada até agora.

O outro lado

A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Babaçulândia e foi informada que o problema já foi resolvido. O Secretário de Meio Ambiente, Turismo e Cultura, Adelsimon Paz de Oliveira,  explicou que o lixo foi enterrado ainda na semana passada e que isso não irá mais acontecer.

Adelsimon explicou que o município não tem condições de fazer um aterro sanitário, pois o custo é muito alto. Diante disso, a alternativa foi fazer parte de um consórcio intermunicipal. “Estaremos encaminhando para a cidade de Araguaína. Vai ser um problema a menos, vai ficar mais barato” justificou.

O aterro sanitário de Araguaína ainda está em fase de construção. Quando ficar pronto, o município de Babaçulândia terá que transportar o lixo (6 toneladas por dia) numa distância de 60 km. Ainda terá que pagar uma taxa para a direção do consórcio, cujo presidente é o prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas. O prazo para acabar com os lixões em todo o Brasil terminou no último dia 2 agosto.