Fígado foi o primeiro a ser transportado.

Uma família tocantinense deu uma linda demonstração de solidariedade e amor ao próximo. Depois da morte cerebral da filha de 24 anos, a mãe Antônia Facundes decidiu doar o fígado, os rins e as córneas dela. Ajudar outras famílias foi a maneira encontrada para superar a tristeza de perder a jovem.

Neste sábado (15), médicos vindos de São Paulo e Brasília realizaram a maior captação de órgãos da história do Tocantins. O procedimento realizado no Hospital Geral de Palmas pode salvar a vida de seis pessoas que aguardam transplantes na fila do sistema nacional.

A doadora era uma jovem técnica de enfermagem que sofreu um acidente de moto em Gurupi, no dia 8 de setembro. Os médicos diagnosticaram morte cerebral na última sexta-feira (14).

Mesmo em meio a dor de perder a filha tão jovem, a mãe decidiu doar os órgãos dela após orientação de médico. "Ele me convenceu, me mostrou os caminhos, que eu poderia salvar vidas, que eu poderia colocar a vida da minha filha em outras pessoas que estavam entre a vida e a morte".

Após a atitude da mãe, foi montada uma rápida operação para captação e transporte dos órgãos. Equipe médica e profissionais de segurança participaram da ação. A operação, interestadual, contou com o apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas ?CIOPAER, da Polícia Militar do Tocantins, da Infraero e da Força Aérea Brasileira ? FAB.

O ato de generosidade da mãe vai beneficiar pacientes em São Paulo, Brasília e no Tocantins.

A cirurgia para a retirada dos órgãos da filha de Antônia iniciou com a captação do fígado, que precisa ser reimplantado em até 12 horas. O órgão foi levado no helicóptero da SSP-TO até o Aeroporto de Palmas e de lá embarcou para Brasília num voo comercial.

Depois, a equipe extraiu o pâncreas e os dois rins, que foram em um carro para o aeroporto, de onde saíram com destino a São Paulo. Por último foram retiradas as duas córneas, que serão usadas em pacientes do Tocantins. (Com informações do G1 e SSP-TO)