
Uma mulher e dois jovens DE 19 e 22 anos - mantidos em cárcere privado por 17 anos em uma casa na Zona Oeste do Rio de Janeiro - foram libertados nessa quinta-feira (28) por policiais. Segundo a Polícia Militar, os três foram encontrados amarrados em casa no bairro de Guaratiba.
Até o fim da noite dessa quinta, o estado de saúde da mulher e dos dois jovens de 19 e 22 anos era de desnutrição e desidratação grave. Ao sair da casa, a mulher disse que estava vendo o sol pela primeira vez depois de quase vinte anos. Ela relatou dor na vista aos policiais.
Os filhos, segundo a polícia, têm aparência de crianças e não falam. Eles estão recebendo atendimento de serviços social e de saúde mental.
Os policiais foram ao local após receber uma denúncia anônima. As vítimas estavam sujas e subnutridas, de acordo com a PM, e foram socorridas pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
O suspeito de mantê-las presas era o próprio marido e pai das vítimas. Luiz Antônio Santos Silva, conhecido como DJ, foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Polícia de Guaratiba (43ª DP) e foi autuado em flagrante pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos. A investigação está em andamento.
O homem que cometeu o crime tem em torno de 45 a 50 anos. Vizinhos informaram que ele saía cedo, trancava a família dentro de casa e voltava ao anoitecer. Ele era conhecido como “DJ” na vizinhança por colocar som alto com frequência.
O autor foi autuado em flagrante pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos.
As imagens divulgadas pela polícia mostram que em um dos cômodos há uma cama enferrujada com dois colchões de solteiro, roupas de cama rasgadas e com marcas de ferrugem e desgaste.
"A situação foge da realidade. Quando a guarnição entrou na casa, encontrou dois jovens amarrados pelos pés e sujos. Havia até fezes no local. Inicialmente, pensávamos que eram crianças, tal era o nível de desnutrição da moça e do rapaz", afirmou o capitão William Oliveira, chefe do setor operacional do 27º BPM.