Fernando Almeida/Araguaína Notícias

Entra em discussão na Câmara Municipal de Araguaína nesta terça-feira, 03, o Projeto de Lei nº 098/015, de autoria do Executivo, que propõe mudar o nome da Marginal Neblina para Av. senador João Ribeiro (in memoriam). O falecido foi réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por trabalho escravo.

De acordo com a prefeitura, a mudança se dá como uma homenagem ao senador João Ribeiro, por seu empenho e dedicação a Araguaína. Em mensagem à Câmara, assinada pelo prefeito Ronaldo Dimas, é dado destaque ao legado do senador na cidade, os feitos e propostas defendidas por ele.

â??Sua atuação sempre foi lembrada pelo caráter municipalista. João Ribeiro trabalhou para levar recursos aos municípios tocantinenses, e sua posição como líder do PR (Partido da República) e membro do Conselho Político do Presidente Lula, lhe permitiram posição de destaque,  diz trecho da mensagem.

Ao final, recorda as bandeiras defendidas por João Ribeiro. Em Araguaína, o senador ajudou na criação da Associação Comercial e Industrial de Araguaína (Aciara) e defendeu o começo da construção da Ferrovia Norte Sul e as hidrelétricas dos rios Araguaia e Tocantins.

Apesar de ser conhecido como João da Ótica e lembrados por grandes obras na região, João Ribeiro enfrentou problemas pouco divulgado na imprensa regional.  Em fevereiro de 2012 ele se tornou réu no STF, por trabalho análogo à escravidão.

Conforme o Ministério Público do Trabalho do Estado do Pará, em 2014, o senador João Ribeiro teria mantido 38 trabalhadores em condições análogas ao trabalho escravo na fazenda Ouro Verde, no município de Piçarra, interior do Pará. 

A defesa do senador, disse na época, que não havia como imputar isso a João Ribeiro, pois ele não estava presente na fazenda no período em que os trabalhadores foram contratados.