Idosa de 86 anos morreu no dia seguinte após dar entrada no HRA.
Foto: Araguaína Notícias

A Polícia Civil concluiu as investigações sobre a conduta de uma médica de 43 anos do Hospital Regional de Araguaína e a indiciou pela morte da idosa Doralice Cavalcante Rodrigues, de 86 anos, ocorrida em 6 de dezembro de 2018. As investigações foram conduzidas pelo delegado-chefe da 26ª DP, Luís Gonzaga da Silva Neto.

Conforme o inquérito policial, a médica foi indiciada pela prática, em tese, do crime de homicídio doloso majorado.

Primeiro atendimento

De acordo com a investigação, em 5 de dezembro de 2018, dona Doralice passou mal e após ser atendida em sua casa pela equipe do SAMU, foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento de Araguaína.

Na UPA foi constatado que a idosa estava bastante debilitada devido ao agravamento de um quadro de insuficiência respiratória que já estava sofrendo havia três dias. Ela sofria de pneumonia aguda e foi encaminhada ao Hospital Regional de Araguaína.

Transferência para o HRA

Chegando ao HRA, por conta do estado de saúde gravíssimo em que se encontrava, a idosa foi encaminhada para a sala vermelha para que ali recebesse cuidados intensivos.

Segundo a polícia, no momento em que a idosa adentrava a referida sala, estando numa maca do SAMU, a médica plantonista e responsável pelo local, determinou que os funcionários retirassem a idosa dali.

Consta nos autos que médica afirmou: “Ela está boa toda, melhor do que eu”, demonstrando total desdém para a condição em que se encontrava a paciente. Diante disso, a paciente foi encaminhada para a sala verde, local inadequado para ser atendida. 

Toda a cena foi gravada pelo neto da idosa que apresentou o referido vídeo à Polícia Civil. Tendo em vista a inadequação da sala verde, a idosa faleceu no dia seguinte por insuficiência respiratória. Conforme apurado, a vítima passou por grande sofrimento, sendo que sua morte ocorreu 21 horas depois de dar entrada no HRA.

De acordo com a polícia, testemunhas relataram que enquanto médica falava que a vítima estava melhor do ela, ainda empurrava a maca onde estava a idosa de forma abrupta e truculenta. A atitude dela deixou todos os que presenciaram a cena extremamente revoltados. 

Indiciamento

O delegado-chefe da 26ª DP, Luís Gonzaga da Silva Neto, concluiu o inquérito policial, com a médica sendo indiciada pela prática, em tese, do crime de homicídio doloso majorado, pois tinha o dever legal, como médica, de cuidado e o comportamento dela ocasionou, de forma direta, a morte da idosa.

O caso agora fora encaminhado ao Poder Judiciário para as medidas cabíveis.

A reportagem procurou a Secretaria de Estado da Saúde para comentar sobre o caso e aguarda resposta.