
Em sessão do Tribunal do Júri realizada na sexta-feira, 1º, o médico Álvaro Ferreira da Silva foi condenado a pena de 21 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão, pelo assassinato de sua ex-companheira, a professora Danielle Christina Lustosa Grohs. O crime aconteceu na noite de 17 de dezembro de 2017, em Palmas, alcançando ampla repercussão.
Na sessão de julgamento, o Conselho de Sentença acatou integralmente as teses de acusação do Ministério Público do Tocantins (MPTO), reconhecendo as quatro qualificadoras do crime: motivo torpe, emprego da asfixia, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Álvaro Ferreira deverá cumprir sua pena em regime inicialmente fechado.
A acusação foi sustentada pelo promotor de Justiça André Ramos Varanda. Conforme ele narrou, o réu cometeu o crime motivado por sentimento de vingança, pelo fato de Danielle ter denunciado a violação de uma medida protetiva imposta contra ele, uma vez que, na data anterior ao assassinato, Álvaro a agrediu e tentou esganá-la.
Após a denúncia feita pela ex-companheira, o médico foi encaminhado à Casa de Prisão Provisória de Palmas, porém foi colocado em liberdade em 17 de dezembro, após audiência de custódia. No mesmo dia de sua soltura, no período noturno, Álvaro Ferreira adentrou a residência da vítima e surpreendeu a ex-companheira, vindo a causar sua morte por esganadura.
Na sessão de julgamento, depoimento de diversas testemunhas, incluindo uma ex-mulher e uma filha do réu, confirmaram a periculosidade de Álvaro Ferreira, consistente em um temperamento constantemente violento e agressivo.
O que diz a defesa
Os advogados de Álvaro Ferreira afirmaram que:
A sociedade pode até ter agora, diante desse absurdo resultado, um falso sentimento de que a justiça tenha sido feita. Porém, a identidade do assassino não foi revelada. Sua trama diabólica funcionou. Está impune.
Quem matou Danielle não foi o Álvaro. O verdadeiro assassino esta à solta. Nesse caso, a justiça não foi feita. No processo tem vários elementos que apontam pessoas suspeitas que sequer foram investigadas.
Quem tirou a vida da Danielle teve desafeto com Álvaro e Daniele, pessoas que tinham acesso a casa e aos cachorros e que a própria Danielle em vida, não confiava mais. Tem nos autos tudo isso, além da hora da morte: 10h do dia 18/12/2017.
Portando, os jurados decidiram em contrário às provas contidas nos autos e por isso a Defesa irá recorrer.