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Mega operação da PC mira fação suspeita de ameaçar matar juiz em Palmas

A operação acontece simultaneamente no Tocantins e Mato Grosso do Sul. Cerca de 150 policiais participam da ação policial.

Mega Operação da PC cumpre 29 mandados de prisão
Foto: Ascom SSP/Divulgação

A Polícia Civil deflagrou uma mega Operação na manhã desta segunda-feira (3) com o objetivo de prender integrantes de facção criminosas em dois estados. Ao todo, 150 policiais cumprem 29 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão em oito cidades do Tocantins e em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

O alvo da operação, denominada Praetorium Minati, são  membros de facção criminosa que teriam escrito cartas ameaçando juízes de Palmas. A Operação acontece simultaneamente nos dois estados.  No TO, a PC cumpre mandados em oito cidades, a saber: Palmas, Paraíso, Guaraí, Tocantinópolis, Colinas, Oliveira de Fátima, Arraias e Nova Rosalândia. No MS, um dos mandados de prisão está sendo cumprido no Presídio Masculino de Campo Grande.

Cartas e ameaças

Segundo o delegado Eduardo de Menezes, responsável pela operação, no dia 16 de janeiro de 2018, foi redigida uma carta escrita à mão, que teria sido, segundo o seu autor, transcrita (passado a limpo) conforme o próprio autor, dois dias depois. O documento foi encontrado no Pavilhão B da Casa de Prisão Provisória de Palmas em 18 de janeiro daquele ano. “O conteúdo do texto ora profere citações bíblicas com teor distorcido, ora ressalta que o autor precisa sair da unidade prisional a fim de que faça, segundo suas palavras, uma ‘união’ entre as facções”, explica o Delegado.

O Delegado relata que no texto manuscrito há uma ameaça a um magistrado da Capital. “Chamou a atenção uma ameaça clara a um dos magistrados. Isso está visível no texto, como também em alguns diálogos decorrentes de gravações autorizadas pela Justiça. Em um dos trechos do bilhete, o autor escreve que, caso seja mantido enclausurado, o magistrado ‘queimaria no fogo do inferno’”, afirmou o delegado.

Ainda segundo o delegado, em outro escrito apreendido, a morte de um Juiz de Direito também surge como um objetivo da facção. “No ponto, destaco que o criminoso responsável pela confecção do bilhete deixa claro aos seus destinatários que um adolescente de outro Estado da Federação seria recrutado para execução do ‘serviço’”, explica o Delegado ao ressaltar que no bilhete fica expressa a intenção de que a morte do magistrado traria respeito à organização criminosa.

O delegado Eduardo Menezes informa que o bilhete sobre o possível ataque ao magistrado, de teor de enfretamento ainda mais aguçado, foi detectado a partir do encontro de diversas anotações também em uma das celas do Pavilhão B da Casa de Prisão Provisória de Palmas, “fruto do trabalho cotidiano dos agentes penitenciários, consistente em incursões nas áreas de custódia dos reeducandos”, ressaltou.

Interligações 

Para o delegado, todas as 29 pessoas com mandados de prisão preventiva estão interligadas e fazem parte de uma facção criminosa de renome nacional em atuação em todas as regiões do Tocantins. Conforme Eduardo de Menezes, cada uma delas possui uma espécie de registro com número e apelidos ou alcunha, caracterizando-as como componente da facção criminosa, mas que dificulta a identificação pessoal. “ Em alguns casos, o “registro” do faccionado é inclusive alterado para dificultar a sua identificação”, aponta.

Ainda segundo o delegado, conforme áudios autorizados pela Justiça, membros da facção apontam cerca de 500 pessoas no Estado em atuação na organização criminosa.

Atuação

Durante a investigação foi identificado que existem mais de 500 integrantes da facção em atuação pelo Tocantins. “O grupo é tão organizado que chega a fazer teleconferências entre os integrantes. Em um dos diálogos identificados, os suspeitos falam em comercialização de drogas na Praia da Graciosa. E em outro, falam da comercialização de cocaína pura, esta com maior valor aquisitivo na comercialização”, afirmou.

Derivada do Latim, Praetorium Minati faz alusão à ameaça ao judiciário, responsável pela condenação de suspeitos indiciados por tráfico de drogas, associação criminosa entre outros. Participam da operação cerca de 150 policiais civis, contando com o apoio da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado – DRACCO, Divisões Especializadas de Repressão a Narcóticos – DENARC, Divisões de Homicídio e Proteção à Pessoa - DHPP , Delegacias Circunscricionais, do Grupo de Operações Táticas Especiais – GOTE e do Centro Integrado de Operações Especiais – CIOPAER.