O sargento Edson Vieira Fernandes foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e adulteração de veículo automotor. O militar foi preso após duas pessoas serem assassinadas e outras duas serem baleadas em Gurupi.
Os crimes foram praticados na cidade de Gurupi, entre a noite de 22 de outubro e a madrugada do dia 23. Segundo o MPE, teve coautoria com Gustavo Teles, que foi morto logo depois, em confronto com a Polícia Civil.
Conforme a denúncia, os autores agiram com o mesmo modus operandi, em atividade típica de grupo de extermínio. Enquanto Edson Vieira Fernandes conduzia uma motocicleta, o garupa Gustavo Teles efetuava disparos contra as vítimas. Eles agiam por motivo torpe, visando eliminar indivíduos que consideravam socialmente "indesejáveis". Atuando sempre de surpresa, impossibilitavam a defesa por parte das vítimas.
A primeira vítima foi Neuralice Pereira de Matos, que trafegava de bicicleta na avenida Rio Grande do Norte e foi alvejada com tiros na cabeça e em outras partes do corpo quando chegava no cruzamento com a rua 07. Ela veio a óbito no local.
Em seguida, também na avenida Rio Grande do Norte, em frente a uma residência, foram efetuados diversos disparos de arma de fogo contra Guilherme de Henrique Mendes e João Gabriel Soares de Queiróz, que não vieram a óbito por circunstâncias alheias à vontade dos autores.
A última vítima da dupla foi Natanael Glória de Medeiros, que trafegava de bicicleta, já no período da madrugada, e foi seguido pelos autores da rua 04 até a avenida Alagoas, onde foi alvejado. O garupa Gustavo Teles, no intuito de garantir a execução do delito, ainda desceu da motocicleta e disparou outras vezes contra a vítima, já caída ao chão. A todo momento, o denunciado esperava o executor concluir a ação, tendo ambos deixado juntos o local dos fatos, em disparada. Os disparos atingiram a cabeça e o tórax de Natanael Glória de Medeiros, que veio a óbito no local.
Edson Vieira Fernandes foi denunciado pelo MPE também pelo crime de adulteração da identificação de veículo automotor. Isso porque ele, também em coautoria com Gustavo Teles, sobrepôs uma placa fria sobre a placa verdadeira da motocicleta e utilizou fitas adesivas de cor preta e na carenagem do veículo (de cor branca), antes de vir a utilizá-lo na prática dos crimes. A intenção foi a de impossibilitar o reconhecimento da motocicleta, que pertence a uma empresa de vigilância, para a qual Edson Vieira prestava serviço.
A denúncia criminal foi ajuizada pela 4ª Promotoria de Justiça de Gurupi.
Outro lado
O advogado do sargento Edson Vieira informou ao que a defesa está tranquila com relação às acusações, pois o militar não teve participação nos crimes.