O Tocantins completará 26 anos neste domingo, 5. Um estado novo, mas com uma riqueza histórica e cultural que remete ao século XIX, desde a descoberta de ouro na região ao movimento separatista que teve início em 1821, e culminou com a criação do Tocantins 167 anos depois. Os detalhes desta trajetória de luta por emancipação política estão presentes na cultura popular de muitos municípios e também podem ser conhecidos por meio do acervo museológico do Estado. Ao todo, sete espaços culturais criados ou mantidos com o apoio do governo do Estado preservam a história e a cultura do povo tocantinense.

Os museus e casas de cultura estão presentes em Natividade, Arraias, Paranã, Gurupi, Paraíso e Palmas. Nos centros culturais, além do acervo museológico, os visitantes têm acesso a salas de educação patrimonial, utilizadas para palestras, seminários e oficinas; e à Biblioteca do Autor Tocantinense, reservada para obras dos escritores da região.

O diretor de Arte e Cultura da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), Marcelo Lopes, explica a importância desses espaços para resgate e preservação histórica. “São bens que resguardam a história do nosso Estado e do nosso povo. Nesses espaços, o governo trabalha para manter viva a rica história do povo tocantinense e a Seduc realiza essa assessoria a todos os museus, casas de cultura e memorial visando a preservação da história e da cultura do Tocantins”, ressaltou o diretor.

Natividade é um dos municípios mais antigos do Tocantins, localizado a 200 km de Palmas, na região Sudeste do Estado. Na cidade, parte da história local e do Estado está preservada no Museu Histórico, localizado na Praça Senador Leopoldo de Bulhões, onde, no período colonial, funcionou uma cadeia pública. A estrutura tem grossas paredes de pedra, característica da arquitetura da época e que auxilia na composição do cenário histórico.

No museu, o ciclo do ouro é retratado por meio de artigos inspirados nas peças que eram fabricadas para a realeza imperial desde a fundação da cidade, no século XVIII. O acervo também apresenta registros de festejos tradicionais de Natividade, como a Festa do Divino, a Festa do Senhor do Bonfim, a Festa da Padroeira de Nossa Senhora da Natividade e a Festa dos Reis.

Em Paranã, a 304 Km de Palmas, também na região Sudeste do Estado, as ruas de pedra e os casarões ainda existentes ajudam a contar a história do Tocantns. Em 1815 o município era a Vila de São João da Palma, sede da Comarca do Norte. Para preservar esta história, a Casa de Cultura de Paranã foi instituída pelo governo do Estado em dezembro passado e abriga peças e painéis que retratam a origem do município, incluindo detalhes da vida do ouvidor Teotônio Segurado, uma dos pioneiros na luta pela emancipação do norte de Goiás, hoje Tocantins.

Ainda na região Sudeste do estado, em Arraias, a 413 Km de Palmas, o Museu Histórico e Cultural é o atrativo turístico na Praça Dr. João de Abreu. Instalado em um casarão antigo, da época da extração de ouro na cidade, o museu guarda fotos, documentos e objetos que remontam o Levante dos 18 do Forte e resgatam a memória do movimento que originou a Coluna Prestes. A marcha tenentista percorreu 25 mil quilômetros pelo interior brasileiro de 1925 a 1927 e passou por Arraias, entre outros municípios da região. .

Na Capital

Registros do movimento tenentista que estão no acervo do Museu Histórico e Cultural de Arraias também são resgatados no Memorial Coluna Prestes, localizado na Praça dos Girassóis, em Palmas. No prédio conhecido pela arquitetura de Oscar Niemeyer estão em exposição peças da história da Coluna Prestes, além de fotos e documentos que rememoram Luiz Carlos Prestes, conhecido como ‘Cavaleiro da Luz’,e a passagem dele pelo Tocantins.

Ainda na capital, o Museu Histórico do Tocantins - Palacinho busca preservar as origens do Estado e divulgar os principais acontecimentos que marcam a trajetória de Palmas. O acervo também contempla objetos alusivos a diversos aspectos da história do Tocantins, como as navegações, a presença dos jesuítas, a exploração do ouro no norte de Goiás, o movimento de emancipação do estado e aspectos culturais da região.

Construído em 1989, o prédio de madeira do Palacinho é a primeira edificação de Palmas e funcionou como sede do governo de 1º de janeiro de 1990 a 9 de março de 1991. Tornou-se museu após tombamento histórico.

História regional

 

Em Gurupi, a 230 Km de Palmas, na região Sul do Tocantins, o Museu Histórico Cultural Benjamim Rodrigues está localizado no Centro Cultural Mauro Cunha. Nele o acervo é composto por objetos, fotos e documentos que resgatam os 55 anos de história da terceira maior cidade do estado.

Benjamim Rodrigues, que dá nome ao Museu, é um dos fundadores do município que teve sua criação ligada à construção da Rodovia BR 153, que corta o Tocantins de Norte a Sul. No espaço de cultura, um dos destaques é a Sala de Música Milton Ferrer, que leva o nome de um dos primeiros músicos de Gurupi.

Já em Paraíso do Tocantins, a 63 Km da Capital, o Museu Histórico João Batista de Brito, localizado na Praça José Torres, preserva a história da região nos âmbitos político, cultural, econômico e esportivo. Entre as peças da Sala Nobre, por exemplo, estão expostas cadeiras do primeiro cinema da cidade.

Há também uma sala temática sertaneja, sala de educação musical, educação patrimonial, espaço de relíquias religiosas e a Biblioteca do Autor Tocantinense. A maior parte do acervo foi doada por moradores e o nome foi escolhido para homenagear um morador que foi bastante conhecido na cidade. João Batista de Brito foi fotógrafo, agrimensor, agropecuarista, barbeiro e ministro da eucaristia.