Logo após a polêmica e o ?sequestro? da pasta, na última sexta-feira (1º), a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) concedeu entrevista exclusiva ao AN. Defendeu que a ação visou assegurar a democracia na eleição da presidência do Senado e disse que não se muda as regras no meio do jogo.
O embate da senadora foi em defesa do voto secreto sob a presidência do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ela defendia que a votação fosse presidida pelo senador José Maranhão (MDB-PB), por ser o mais velho do Senado, conforme prevê o regimento.
Na entrevista, ao se dirigir a população do Estado e mais especificamente de Araguaína, Kátia argumentou. "Nós podemos tudo, desde que seja dentro da Lei, sem afetar o direito. Se quiser mudar a regra, tem mudar a regra de forma transparente, de forma correta e na hora certa."
A senadora afirmou que o resultado da eleição era o menos relevante. Para Kátia, o mais importante era manter as regras para eleição da mesa diretora prevista no Regimento do Senado.
"Quem vai ganhar, quem vai perder, isso é bobagem. Quem tiver mais voto [ganha]. O importante é não mudar as regras do jogo no meio do jogo." Explicou a senadora.
"E hoje para ganhar as eleições, eles sentaram na mesa e fizeram tudo contra o regimento, apenas para ganhar as eleições. Então, não podia permitir de braços cruzados e assistir passivamente uma agressão daquela, regimental, constitucional e acima do Senado. (...) O voto normalmente é secreto no mundo inteiro. É questão de garantia da democracia". Justificou a senadora.
Por fim, Kátia disse que independente do voto aberto ou secreto, o posicionamento dela sempre será público. E defendeu que mudança na escolha da mesa diretora tem que ser feita no momento certo.
"Se quer o voto aberto, nada contra. Sabe por quê? Porque todo mundo sabe em quem eu voto. O voto pode continuar secreto, que o da Kátia sempre será aberto. Eu não tenho vergonha de votar em quem eu escolho. (...) Se o senado quer fazer aberto, vamos fazer uma votação de forma correta, vamos aprovar. Mas nas carreiras, às pressas, para utilizar a opinião pública para ganhar as eleições do senado, aí eu não podia ficar de braços cruzados, tinha que reagir".
Diante do impasse, a sessão foi adiada para o sábado. Na primeira eleição com cédula, embora haja apenas 81 senadores, houve 82 votos na urna. Irritado, Renan Calheiros (MDB-AL) retirou a candidatura e em nova votação, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) se tornou presidente do Senado e recebeu flores de Kátia.
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