Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nove pessoas na manhã desta sexta-feira (6) suspeitas de integrar um esquema criminoso que sonegou R$ 12 milhões em impostos. Elas foram detidas na capital e no Tocantins.
Os alvos são donos dos supermercados Supercei, Veneza e Bellavia e pessoas suspeitas de acobertar os empresários. O proprietário de uma distribuidora de alimentos no DF também está entre os presos ? na casa dele foram apreendidas duas Hilux e uma moto Harley-Davidson.
Por volta das 7h, a polícia cumpria, ainda, 22 mandados de busca e apreensão. Na casa do dono do Supercei, Helio Felis Palazzo, foram encontradas duas armas sem registro. Além de ser preso, ele acabou autuado por "posse ilegal de arma".
O G1 e a TV Globo tentavam contato com a defesa dos empresários até a última atualização desta reportagem.
Presos
Segundo as investigações da operação "Invoice" ? que significa nota fiscal, em inglês ?, os empresários criaram uma empresa pra evitar o pagamento de ICMS ? o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços. São eles:
- Ezio Deusimar Teixeira Lima
- Abílio Teixeira de Souza Neto
- Marcus Vinícius Lima Teixeira Santos
- Elaine Marcelino da Silveira
- Irisneide Aquino de Souza
- Helio Felis Palazzo
- Angelo Balsanulfo de Oliveira
- Pedro Felipe Briere
- Wellington Vieira do Nascimento
A Justiça autorizou a prisão dos sete primeiros listados acima como medida de "garantia da ordem pública e da ordem econômica"; a de Pedro como garantia de ordem econômica; e a de Wellington como garantia de ordem pública.
Na denúncia oferecida à Justiça, a Coordenação Especial de Combate à Corrupção (Cecor) da Polícia Civil apontou que os suspeitos negociavam a compra de produtos com fornecedores de outros estados.
As notas fiscais, porém, não eram emitidas em nome dos supermercados, mas no da empresa IASS Distribuição e Logística, que funcionaria apenas para diminuir o valor cobrado do ICMS.
Apesar do alto volume de transações, a Secretaria de Fazenda registrou apenas dois recolhimentos de ICMS em nome da IAAS, ambos em 2016, totalizando R$ 3,820,54.
A investigação, inciada há 7 meses, interceptou ligações telefônicas de 14 números para colher provas. Entre os conteúdos anexados ao processo, está a conversa em que Ézio Deusimar e Marcus Vinícius detalham o suposto caráter ilícito das transações feitas por meio da empresa IASS.
Buscas e extração de dados
A Justiça autorizou busca e apreensão nos supermercados e nos endereços comerciais e residenciais de todos os investigados, além da empresa que presta contabilidade às companhias.
Para cobrir o rombo causado às contas públicas, o juiz decretou o sequestro de dois carros de luxo, de uma lancha e de bens e ativos financeiros no valor de até R$ 12.121.921,83 de quatro empresas e dos presos.