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Novo laudo do IML reafirma morte por asfixia de Dad Charada e corpo sem sinais de tortura

Segundo laudo feito pelo IML de Palmas foi determinado pela Justiça, após uma ação movida pela família de Charada.

Carlos Augusto Soares, conhecido como Dad Charada, estava preso no presídio Barra da Grota.
Foto: Reprodução/Jornal do Tocantins

O laudo feito pelo Instituto Médico Legal de Palmas apontou que Carlos Augusto Silva Fraga, conhecido como Dad Charada, foi morto por asfixia e não tinha sinais de tortura pelo corpo. O presidiário, investigado como o responsável por pelo menos 50 mortes em Palmas, estava preso na Unidade Penal Barra da Grota, em Araguaína. No dia 23 de julho, foi encontrado morto dentro de uma cela. A polícia informou que o detento teria tirado a própria vida, mas a família contestou.

O caso de Dad Charada ganhou repercussão no país. O IML de Araguaína havia feito um laudo após a morte. No entanto, a família entrou na Justiça para pedir um novo exame. Isso porque o preso havia recebido denúncias dias antes da morte. Por causa do impasse judicial, o corpo foi velado por três dias.

O laudo diz que a morte se deu por asfixia mecânica devido a constrição do pescoço com características da modalidade enforcamento. No documento, os peritos analisam possíveis lesões e sinais internos e externos. A conclusão é de que as lesões são anteriores e não resultaram na morte do preso. Os peritos afirmaram não haver sinais de tortura.

Em nota, a família - através da defesa - contestou o laudo, em especial, por não ter sido fiel as várias evidências atestadas através das fotografias e vídeos juntados.

"Quanto a asfixia mecânica, está não resta dúvida, no entanto, não podemos afirmar a que circunstâncias ocorreu, se houve a intervenção de terceiro. O fato inegável é demonstrado através das imagens e lesões é que Dad Charada não foi lesionado daquela forma em virtude do enforcamento, ele as sofreu antes, e o que a família sustenta", afirmou.

Após a morte, uma sindicância foi aberta para apurar a conduta de servidores e os fatos ocorridos no dia em que o preso foi encontrado morto. O procedimento de investigação foi instaurado por ordem do secretário de Cidadania e Justiça, Deusiano Pereira de Amorim.

O que diz a SSP

A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) informou que o laudo do último exame necroscópico realizado no corpo de Carlos Augusto Silva Fraga, no dia 26 de julho, confirmou que a morte se deu por asfixia mecânica devido a constrição do pescoço com características da modalidade enforcamento, reafirmando não haver sinais de tortura.

Resultado este já apontado no laudo do exame feito na data do óbito, 23 de julho, pelo 2° Núcleo Regional de Medicina Legal, sediado em Araguaína.

Os médicos legistas que assinam o laudo do último exame são categóricos ao afirmar que as lesões apontadas pela família são anteriores ao óbito e não resultaram em sua morte.

A SSP-TO reitera ainda que as evidências preliminares indicam suicídio, por isso, o caso está sendo apurado pela 29ª Delegacia de Polícia de Araguaína.