O clima esquentou na sessão desta terça-feira, 17, da Assembleia Legislativa, durante a votação da urgência do requerimento do deputado Olyntho Neto (PSDB), que pede ao Comando da Polícia Militar o arquivamento da sindicância aberta contra o 3º sargento Jenilson Alves de Cirqueira.

O militar é alvo de uma sindicância por ter participado de audiência pública com representantes de policiais civis e militares e feito críticas ao governo, por conta da revogação das promoções dos militares. Na audiência da Assembleia, Cirqueira se manifestou "de forma desrespeitosa” e teria feito o seguinte questionamento: "Cadê os desembargadores do Estado para dar voz de prisão a esse governador?”

A urgência foi aprovada por nove votos da bancada da oposição, contra sete votos da base governista. O deputado José Roberto Forzani (PT) acusou o presidente da Casa, deputado Osires Damaso (DEM), de passar por cima do regimento. “Eu quero recorrer, o regimento é claro, vossa Excelência não poderia dar sequência à reunião sem colocar em deliberação do plenário o recurso que eu fiz”, disse ao pedir a anulação da votação.

Irritado, Damaso disse que deu a decisão correta e disse que não irá voltar votações. "Não vou aceitar bancada do governo mandar na presidência. Cada um no seu quadrado", rebateu.

O líder do governo na Casa, deputado Paulo Mourão (PT), disse que não cabe à Assembleia discutir possível punição ao militar que criticou o governador. "Se ele vem aqui armado e vestido não está vindo o cidadão e sim a Polícia Militar. Não posso deixar de ter coragem e decência de pedir respeito ao governador. Se essa casa faz uma discussão dessa ela está se diminuindo, se apequenando", afirmou.

Já a deputada Luana Ribeiro (PR), autora do requerimento que solicitou a audiência pública onde o sargento fez críticas ao governador, condenou a atitude da sindicância contra o sargento da PM. “A audiência é para as pessoas expressarem as suas vontades, a sua indignação. Acho isso muito grave. Foi apenas um militar que expressou a sua vontade em um convite oficial desta Casa de Leis. Ele não falou nada que não pudesse falar”, disse.

Para Olyntho Neto, que apesar da iniciativa contrária ao Palácio Araguaia, tem se aproximado do governo, o requerimento não quer afrontar o governo ou o Comando. "E sim uma moção de apoio e solicitação e apelo ao governador que tem bom coração e é democrático para que ele possa olhar para a Polícia Militar, que carrega a segurança pública nas costas", afirmou.