A operação da Polícia Federal no último dia 28 de maio visou apurar suspeita de liberação de emendas, por parte do governo interino de Mauro Carlesse(PHS), em troca de apoio político nos municípios. Entretanto, a documentação apreendida (mais de 8 mil páginas) estava sob sigilo e a Justiça Eleitoral mandou revelar o conteúdo no último dia 5 de junho.
As informações foram divulgadas pela coligação "A Vez dos Tocantinenses", de Vicentinho Alves (PR). Conforme divulgado, documentos apontam que o governo interino autorizou liberação de R$ 18,6 milhões de emendas parlamentar por meio de convênios com entidades sem fins lucrativos, associações e institutos. Também informou que constam ao menos 162 processos em andamento e destes, 37 já estavam empenhados.
Conforme a Coligação, a tramitação, em alguns casos, avançou nos meses de abril e maio, mesmo com pareceres contrários das assessorias jurídicas ou da Procuradoria Geral do Estado (PGE), além de decisão Judicial que veda tais atos no período eleitoral. Mas a operação da PF teria barrado a liberação dos recursos por meio de emendas parlamentar ou convênios.
Ainda conforme a Coligação, as emendas, na grande maioria, seriam para bancar gastos com shows, festas, eventos esportivos, religiosos e atividades de recreação nos municípios. Chama também a atenção o fato de o governo Carlesse ter autorizado liberação da própria emenda de quando era deputado. O valor é de R$ 300 mil e foi destinado à 46ª Expo-Gurupi, cidade domicílio eleitoral de Carlesse.
Por outro lado, segundo a Coligação de Vicentinho, consta nos documentos que o governo do estado pretendia pagar R$ 3,7 milhões a uma gráfica da capital, por serviços prestados na gestão anterior.
O outro ladoNa época da operação da PF a Secretaria de Estado da Comunicação Social-Secom -- divulgou nota de esclarecimento. Informou que o Governo do Estado está colaborando com o trabalho da Polícia Federal prestando todas as informações solicitadas. E confirmou que policias estiveram na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden) cumprindo um mandado judicial em um processo sigiloso.
A Secom informou ainda que não houve apreensão de equipamentos, que todas as informações solicitadas foram prestadas com clareza e que não foi cometida nenhuma irregularidade referente a emendas parlamentares. O Governo do Estado também reiterou que, "mesmo com várias tentativas de impedirem que esta gestão honre seus compromissos, irá manter os projetos iniciados como a operação tapa buraco nas rodovias estaduais, o Opera Tocantins e o pagamento em dia do salário do servidor público."
Já, por meio da assessoria de campanha, Mauro Carlesse, afirmou que apoia toda e qualquer investigação destinada a esclarecer dúvidas sobre o uso de recursos públicos. Carlesse disse ainda estar tranquilo, pois não autorizou qualquer pagamento que desrespeite a legislação e determinou que seus auxiliares prestem todas as informações que forem requeridas pela Justiça e pela Polícia Federal.