O papa Francisco assinou na manhã desta quinta-feira (3) o decreto que canoniza o padre José de Anchieta. O papa recebeu em audiência, no Vaticano, o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato. Após ouvir o relatório sobre a vida e a obra do "Apóstolo do Brasil", o pontífice assinou o decreto que reconhece o missionário como santo. Trata-se do primeiro santo de 2014 e o segundo jesuíta a ser canonizado pelo papa Francisco. Antes dele, em dezembro do ano passado, foi canonizado Pedro Fabro.

Homenagem -  Em comemoração à canonização de Anchieta, os sinos repicaram nas igrejas nesta quarta-feira, às 14 horas e o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, manteve o canto do Te Deum na Catedral da Sé e no Pátio do Colégio, na região central da capital.

D. Odilo, que falou aos jornalistas ao lado de dois padres jesuítas, o superior provincial Mieczyslaw Smyda e o reitor da igreja do Pátio do Colégio, Carlos Alberto Contieri, disse que, para Anchieta ser considerado santo, o mais importante é seu exemplo de vida - e não a assinatura do decreto.

O padre José de Anchieta, cofundador da cidade de São Paulo, foi canonizado sem os dois milagres geralmente necessários: um para a beatificação e outro para a canonização propriamente dita. Os canonistas chamam este procedimento de "canonização equipolente" (equivalente), pois equivale ao processo normal para declarar que determinada pessoa morta se encontra junto de Deus, no céu, intercedendo pelos que ainda vivem na Terra.

O cardeal lembrou a atuação do novo santo como evangelizador dos índios e como professor do primeiro colégio, o de São Paulo, fundado pela Companhia de Jesus na América Latina. Odilo também presidiu nesta quarta-feira à noite uma homenagem a Anchieta na Catedral da Sé. No domingo, às 11h, ele celebrará uma missa solene na catedral, também como homenagem a São José de Anchieta. Uma hora antes, às 10h, será iniciada uma procissão até a catedral, saindo do Pátio do Colégio.