Ação Policial

PC prende dupla suspeita de perseguir e matar a tiros motorista de aplicativo em Araguaína

Segundo apontaram as investigações, a vítima nada tinha a ver com a desavença e foi morta por engano.

Carro da vítima foi atingido com vários disparos.
Foto: Araguaína Notícias

A Polícia Civil prendeu dois suspeitos de matar o motorista de aplicativo Juscelino de Sousa Rosa, de 33 anos. Ele foi assassinado a tiros na madrugada do dia 29 de dezembro do ano passado, na Vila Couto Magalhães em Araguaína.

A investigação foi realizada pela 2ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que concluiu o inquérito sobre o homicídio nesta quarta-feira (10).

O delegado-chefe da 2ª DHPP, Adriano de Aguiar Carvalho, explicou que após intenso trabalho investigativo desde o dia do crime, as equipes descobriram que a vítima foi morta por engano.

Os suspeitos foram identificados como Marques Dhones Leopoldo do Nascimento, de 28 anos, e Luis Carlos Silva Vale Júnior, de 25 anos. A dupla foi presa no Setor Costa Esmeralda na última segunda-feira (8). O cumprimento dos mandados contou com o apoio operacional da Delegacia de Repressão a Roubo de Araguaína (DRR - Araguaína).

Crime e motivação

No dia do crime, três pessoas estavam em um bar na Avenida Cônego João Lima, no centro de Araguaína, quando por volta das 2h45 da madrugada decidiram chamar um carro de aplicativo para ir embora.

Ocorre que os dois suspeitos também estavam no local e ao perceber que o grupo saiu nesse veículo, conduzido pela vítima Juscelino, entraram em outro carro e foram atrás.

Em determinado momento, emparelharam os veículos e efetuaram vários disparos de arma de fogo, que atingiram o motorista Juscelino, que morreu na hora. Além dele, uma mulher que estava como passageira também foi alvejada na perna”, detalhou o delegado Adriano.

As investigações da 2ª DHPP revelaram que a motivação seria a velha guerra entre as facções. Os autores teriam reconhecido os dois homens que estavam no carro de aplicativo como supostos membros de uma facção rival à deles e, por isso decidiram matá-los.

Nossas investigações apontaram que o alvo dos investigados eram os dois homens que estavam no carro de aplicativo e não o motorista que acabou sendo morto por engano”, frisou.

Flagrante

Drogas e arma de fogo encontrados na casa de um dos suspeitos. Foto: Divulgação SSP-TO.

O delegado Adriano informou que, no momento do cumprimento dos mandados de prisão, os policiais civis da 2ª DHPP encontraram na residência em que estava o investigado Marcos Dhones várias porções de drogas e um revólver calibre 38, municiado.

Dessa forma, ele, e um irmão de 26 anos, que também estava na residência, responderão por tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo.

Antecedentes

De acordo com a polícia, os dois suspeitos presos pelo crime já possuíam passagens pela polícia. Inclusive, Marcos Dhones é condenado por outros dois homicídios, um cometido em Imperatriz (MA) e outro em Palmas, somando penas de mais de 25 anos de prisão. Apesar disso, por possuir problemas de saúde, ele estava em prisão domiciliar desde março de 2023.

Já o suspeito Luis Carlos encontrava-se em liberdade provisória após ter sido preso na cidade de Bacabal (MA), no ano de 2020, pelo crime de tráfico de drogas.

Conclusão

Com o encerramento das investigações, o inquérito será remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para que sejam adotadas as providências legais cabíveis.

Para o delegado Adriano, as prisões efetuadas contribuem para garantir a paz e a segurança de toda a população de Araguaína, além de revelar toda a dinâmica do crime que vitimou um trabalhador que nada tinha a ver com as desavenças entres grupos criminosos e apenas fazia seu trabalho, quando foi morto sem chance de defesa.

A elucidação desse caso, que teve muita repercussão na sociedade araguainense é de suma importância, uma vez que um trabalhador foi morto enquanto fazia uma corrida por aplicativo e, agora com as prisões dos autores, a justiça pode seguir seu curso natural para que ambos possam ser responsabilizados pelo homicídio”, frisou a autoridade policial.