É cada vez mais comum encontrar suplementos proteicos nas prateleiras de lojas de esportes, supermercados, academias e farmácias. O uso desses materiais ganha força e com a “onda fitness” eles se tornam itens essenciais para praticantes de esportes.

De fato, alguns nutrientes encontrados nesses produtos são benéficos e podem ajudar a alcançar objetivos corporais e de desempenho. Mas é preciso tomar certos cuidados e, mais importante ainda, sempre consultar um profissional apto para indicar o modo de uso e a quantidade.

De acordo com um estudo feito pela Universidade de Sidney, na Austrália, a longo prazo, seguir uma dieta com excesso de proteínas pode ameaçar o bem-estar físico e emocional.

Para chegar nesta conclusão, o estudo utilizou doses diferentes do famoso suplemento BCAA (Branched Chain Amino Acids – aminoácidos de cadeia ramificada) em ratos de laboratório. Os animais foram divididos em quatro grupos, que receberam diferentes quantidades de BCAA.

Um grupo recebeu a dose diária recomendada do suplemento. Os demais grupos consumiram, respectivamente, 20%, 50% e 200% da primeira quantidade.

O resultado mostrou que os ratos que consumiram o dobro da dose recomendada tiveram sua expectativa de vida diminuída e engordaram. Segundo os cientistas, isso significa que altos níveis de BCAA no sangue atrapalharam a chegada de outro aminoácido essencial ao cérebro: o triptofano. Aí começa o problema, já que segundo o portal saudaveleforte.com.br,  esse é o elemento precursor da serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar.

Ou seja, consumir BCAA em excesso afeta o bem-estar. E isso resultou em um aumento de peso. Os animais tornaram-se obesos e viveram menos.

Segundo especialistas, é preciso realizar novas pesquisas para comprovar os resultados, já que não se pode dizer que os efeitos em camundongos se aplicam exatamente da mesma forma em humanos. Porém, já deve ser um ponto de atenção e gerar um certo cuidado por parte dos consumidores.

Sobre o BCAA

O BCAA auxilia na recuperação muscular após os treinos, redução de fadiga central, melhora da imunidade e diminuição do grau de lesão muscular induzido pelo exercício físico. O suplemento também pode ser utilizado em patologias como desnutrição energética proteica e encefalopatia hepática.

Porém, como aponta o estudo citado, “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose que se ingere”. Consulte um profissional antes de iniciar qualquer tipo de tratamento suplementar. Cuidar da saúde e do corpo exige responsabilidade.

Cuidados

Consumir suplementos sem orientação de especialistas pode causar sobrecarga de dose e falta de outros nutrientes. Existem diversos casos de pessoas internadas para fazer diálise por sobrecarga dos rins em razão do abuso proteico.

De acordo com a legislação brasileira, suplementos de proteína, como o whey protein, são considerados alimentos e não remédios, o que favorece a venda e o consumo sem critério.

Por isso, assim como os cuidados ao praticar atividades físicas, a suplementação deve ser acompanhada de perto. Tomando esses cuidados, é possível chegar no objetivo desejado e ter o corpo dos sonhos juntamente com uma saúde de ferro.