Ação Policial

PF investiga suspeito de fraudar sistema de cotas para entrar no curso de medicina da UFT

Indivíduo apresentou uma declaração quilombola falsa para ser aprovado pelo sitema de cotas.

Segundo a PF, o investigado usou uma declaração quilombola falsa para burlar o sistema de cotas da UFT.
Foto: Divulgação

A Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira (18) um mandado de busca e apreensão em uma operação que investiga uma possível fraude cometida por um estudante para se matricular no curso de medicina da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Segundo a PF, a suspeita é de que o homem tenha apresentado uma Declaração Quilombola falsa para entrar pelo sistema de cotas. A ação foi batizada de “Doutor Palmares”.

O mandado foi emitido pela Justiça Federal e está sendo cumprido em Palmas. A suposta fraude começou a ser investigada no fim de 2019. Segundo a PF, o investigado, inclusive, é membro de uma família tradicional com envolvimento na política no estado de Minas Gerais.

Os policiais realizaram diligência ao quilombo Gorotuba, no município de Catuti/MG, onde verificou-se a falsidade da Declaração Quilombola do investigado, inclusive com entrevista da presidente da Associação.

Há ainda a suspeita de que o investigado esteja praticando o crime de exercício ilegal da medicina, com registros de plantões realizados na região, como se médico já fosse, fato esse que ainda está sob análise.

A ação visa a proteção ao erário e aos serviços púbicos, e espera colher elementos probatórios de eventuais outros fatos criminosos, conexos a investigação em apreço posto que, nos dias atuais, o investimento para se formar em Medicina em uma Universidade particular é superior a R$ 500 mil (quinhentos mil reais).

Além disso, a fraude ocasiona a exclusão social de verdadeiros membros de Comunidades Quilombolas, que são os legítimos concorrentes às vagas e acabam perdendo a oportunidade de desenvolvimento social.

O investigado poderá responder pelos crimes de falsificação de documento público, uso de documento falso, estelionato, exercício ilegal de medicina, bem como outros crimes que estão sendo investigados e que somadas as penas ultrapassam os 10 (dez) anos de reclusão.

O nome da Operação “Doutor Palmares” faz referência ao lendário “Quilombo dos Palmares”, símbolo da resistência à escravatura no período colonial brasileiro.