À esq. superintendente Osvair Murilo da Cunha, e a direita, médico e diretor Arnaldo Alves Nunes.
Redação/Araguaína Notícias

O superintende executivo do Hospital Dom Orione (HDO), Osvair Murilo da Cunha, e o diretor técnico Dr. Arnaldo Alves Nunes foram presos pela Polícia Federal durante a 2ª fase da Operação Marcapasso, deflagrada na manhã desta terça-feira (5).

A operação investiga fraudes em licitações, corrupção, pagamento de propina e aquisição de produtos superfaturados no sistema público de saúde.

De acordo com a PF, a segunda fase da Operação Marcapasso foca especialmente no núcleo criminoso que atua em Araguaína. Cerca de 70 policiais federais cumprem 17 mandados judiciais expedidos pela 4ª Vara Criminal Federal de Palmas - TRF1.

Conforme a sentença, Arnaldo Alves Nunes é atualmente diretor técnico do HDO e responsável pelas compras da instituição. Ele também foi secretário estadual de saúde, no último governo de Siqueira Campos, sendo interino por um ano. Enquanto Osvair Murilo da Cunha é superintendente executivo do hospital.

Segundo informações do delator Cristiano Maciel Rosa, os diretores do HDO teriam arquitetado um sistema destinado à aquisição de OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais), mediante o pagamento de vantagem indevida aos seus fornecedores, tudo custeado com verbas do SUS.

Na delação, Cristiano Maciel Rosa, cita que "o hospital DOM ORIONE recebia um desconto de 10% da ST JUDE, mas cobrava 100% do SUS".

Já em Palmas há um mandado de prisão contra o médico Juan Fernando Terrones Cáceres. Ele é cardiologista e atua na rede pública de saúde. E em Belém a PF cumpre mandado contra EB Miranda Ara, gerente da empresa ST. Jude Medical do Brasil Ltda que fornece produtos para o estado do Tocantins.

Segundo o delator Antônio Bringel, a empresa ST Jude era antes representada no Estado pela Cardiomed (empresa do próprio colaborador), ocasião em que, a CARDIOMED fornecia órteses, próteses e materiais especiais diretamente para a Secretaria de Saúde, de modo que, pela operação realizada, a ST. Jude pagava para a Cardiomed, na época, uma comissão de aproximadamente 25% por item vendido. Destes 25%, 10% deveriam ser repassados aos médicos integrantes do esquema, 5% era destinados ao custeio de impostos envolvidos na operação e os outros 10% eram, de fato, a comissão da Cardiomed como remuneração por cada operação.

A reportagem procurou o HDO, mas ainda não obteve resposta.

Leia+

http://araguainanoticias.com.br/noticia/35338/pf-cumpre-mandados-de-prisao-contra-medicos-no-dom-orione-na-2a-fase-da-operacao-marcapasso/