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O prefeito de Piraquê (TO), no norte do Estado, João Goiano, afirmou que a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em rejeitar o seu recurso na Ação Civil por Ato de Improbidade Administrativa não prevê a perda do cargo exercido atualmente. “Fui absolvido no processo criminal e no cível fui penalizado, mas não com a perda do cargo”, disse.

João Goiano foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de não ter prestado contas de recursos federais recebidos quando era prefeito entre os anos de 2000 a 2004.

O prefeito classificou como “mentira, traição e covardia” as informações de que o vice-prefeito, Eduardo Sobrinho, agora seu adversário, estaria prestes a assumir a prefeitura. “Ele não irá assumir e nem vai ganhar a próxima eleição porque não tem voto. Meia dúzia de adversários que sabem que não tem nenhuma chance de ganhar do João Goiano. Eu tenho o apoio de 70% da população. Ele fica semeando terrorismo, mas ainda tem muita água para correr debaixo da ponte”, disparou.

João Goiano ainda acusou o seu antecessor de ter deixado a prefeitura "sucateada" e com o apoio de Eduardo Sobrinho. “Quando assumi a Prefeitura não encontrei sequer uma cadeira para sentar e nem computador. O prédio estava em condições precárias com toda a fiação exposta. O ex-prefeito irresponsável ainda acabou com o Município concursando pessoas incompetentes. Hoje a folha custa cerca de 400 mil reais. Para mim, não deveria passar de 100 mil. Hoje tenho que juntar os repasses dos dias 10, 20 e 30 para pagar funcionários”, declarou João Goiano.

Paradeiro de R$ 2,8 milhões

Questionado sobre o "sumiço" de R$ 2,8 milhões provenientes do pagamento de ITBI sobre a transferência de duas fazendas vendidas na região, João Goiano disse que todo o dinheiro foi investido no próprio Município. “Estávamos com muita coisa para saldar. Recuperei toda a credibilidade do Município e estou com um mundo de obras em andamento mesmo nessa crise e já recuperei todas as estradas que estavam intransitáveis".

O vice-prefeito Eduardo Sobrinho garantiu que ao assumir a prefeitura fará uma "auditoria profunda" nas contas. João Goiano rebateu: "não tenho medo de auditoria".

Rompimento com o vice-prefeito

João Goiano disse também que a decisão de romper politicamente partiu do próprio vice-prefeito durante as eleições de 2014. “Ele queria tirar benefício na campanha apoiando outro grupo. Eu não aceito isso. Toda campanha ele quer se dar bem. Nosso grupo apoiou a deputada federal Dorinha e o deputado Osires Damaso sem pedir nada em troca. Não tem personalidade e fica traindo os outros”, afirmou.

Apoio da Câmara de Vereadores

O prefeito disse que além do apoio de 70% da população, sua base conta com seis vereadores na Câmara Municipal. “Os outros vereadores não vieram porque eu não quis negociar. Se eu quisesse os nove, eu os teria. Mas eu não negocio. Os que estão comigo é porque querem”, finalizou João Goiano.

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