A Juíza Milene de Carvalho Henrique determinou a suspensão do contrato da prefeitura com o Consórcio Via Lago, cujo objeto é a construção do Complexo Via Lago. Na decisão, proferida no último dia 23 e publicada nesta quinta-feira (25), a magistrada apontou 11 pontos controversos, que indicam possíveis irregularidades.
Para viabilizar a área do Complexo Via Lago, segundo a liminar, a prefeitura de Araguaína gastou o montante de R$ 11 milhões. O montante foi gasto para fazer o aterro do buraco alagado-parte do Lago - o desassoreamento e obras de contenção (construção de diques).
Inclusive, na liminar a magistrada destaca a ausência de clareza e publicidade no edital lançado pela prefeitura para atrair empresas a concorrerem à licitação. Milene assinala que PMI (procedimento prévio realizado) não menciona este benéfico, o que pode ter afastado interessados.
--Uma coisa é a Prefeitura realizar um chamamento público para interessados em concorrer a uma licitação para construir um empreendimento imobiliário gigantesco em um terreno formado por um buraco alagado (braço de um rio). Questionou a magistrada, acrescentando.
Outra coisa totalmente diferente é se lançar uma licitação para interessados em construir em um terreno todo planeado, pronto para se iniciar a edificação, que é o que vai se materializar no empreendimento denominado Complexo Via Lago. Pontuou, questionando se houve direcionamento na licitação.
-Será que essa não foi uma das circunstâncias cruciais para que apenas uma empresa (ABL PRIME LTDA) manifestasse interesse no PMI e depois na Concorrência Pública 008/2018?. Pontua Milene.
A ABL Prime foi a empresa responsável por elaborar o estudo de viabilidade técnica e econômica do empreendimento. Entretanto, não comprou pelo trabalho e forma o consórcio vencedor da licitação. A prefeitura de Araguaína ainda não se manifestou e o consórcio divulgou nota.
Nota da prefeituraA Prefeitura de Araguaína informou que possui as licenças ambientais prévia e de instalação vigentes emitidas pela Fundação Natureza do Tocantins (Naturatins) para construção do Complexo de Negócios e Turismo Via Lago.
Informou ainda que irá recorrer da decisão da juíza após análise dos termos. A obra já teve parecer favorável do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para execução dos serviços.
A Prefeitura enfatizou que todo o processo para implantação do Centro Administrativo, shopping e hotéis, parte do Complexo de Turismo e Negócios Via Lago, foi realizado de forma lícita e transparente, tendo inclusive sido realizada audiência e licitação públicas e publicação do Portal da Transparência, e que elucidará todos os questionamentos apontados.
Nota do ConsórcioO consórcio Complexo Via Lago reiterou que todos processos referentes ao empreendimento foram feitos dentro da legalidade, com transparência e lisura. "O consórcio prestará os esclarecimentos necessários à Justiça."
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