Fiscais recolhem mercadoria no Mercado Municipal de Araguaína

Fiscais da Prefeitura retiraram quatro comerciantes do Mercado Municipal de Araguaína e apreenderam a mercadoria na tarde desta quinta-feira (28). O motivo, segundo a prefeitura, é inadimplência há mais de três anos.

Fotos mostram homens da prefeitura recolhendo a mercadoria e colocando num caminhão. Já vídeos mostram a revolta de feirantes alvos da ação, que reclamam dos ficais.

- Comecei trabalhar aqui eu era menino. Para não ter respeito, para vocês [fiscais] não ter uma ética. (...) O cidadão não pode passar por uma situação dessa. (...) Eu sou um cidadão, um pai de família. Mereço respeito.  Diz um feirante, que não teve o nome divulgado.

Em outro vídeo, um cidadão reclama que os feirantes só são lembrados na época da eleição e depois são esquecidos. Hélio Rodrigues ainda critica o prefeito Ronaldo Dimas e a eleição do filho, Tiago Dimas, como deputado federal mais bem votado do Estado.

-Aqui só serve, meus amigos, na época de campanha, para candidato vir pedir voto. Tem até agenda. (..) Mas nessa hora [da apreensão da mercadoria] o que faz é isso com o microempreendedor individual. As pessoas que acordam 5 horas da manhã pra vir para o Mercado Municipal. Mas o prefeito faz é isso. O que o pessoal da cidade de Araguaína dá em troco? Dá a eleição do filho dele.

O Mercado Municipal, local do comércio tradicional de Araguaína, fica localizado no centro da cidade. Lá os feirantes vendem farinha, feijão, milho e muitos produtos "da roça?. Além de ter várias barracas que oferecem comidas típicas, como o sarapaté,  a buchada e o famoso "chambari."

As fotos e vídeos foram divulgadas nas redes sociais e dividiu a opinião de internautas entre prós e contras.  Em grupos de WhatsApp as discussões foram acaloradas e os ânimos se exaltaram. Já a prefeitura de Araguaína divulgou nota explicando a ação.

O que diz a prefeitura

Segundo a prefeitura, a Fiscalização retirou quatro comerciantes em situação de inadimplência, há mais de três anos, junto a Fundação de Atividade Comunitária (FUNAMC). Isto é, segundo a prefeitura, eles não pagaram as taxas cobradas pelo município para utilizar o espaço público.

Ainda conforme a nota, a Fundação realizou várias tentativas de negociações, mas todos os acordos firmados não foram cumpridos pelos comerciantes. "Antes da ação, os mesmos foram notificados e ainda assim não regularizaram a situação junto ao órgão, que agiu conforme a Lei Municipal 065/18, que trata da utilização de espaço público." Explica.

Por fim, ressaltou que taxas recebidas pela FUNAMC são revestidas para ações e serviços sociais voltados para pessoas de baixa renda. Entretanto, o valor da taxa não foi informado.