Presidente da Câmara de Araguaína, Aldair da Costa Sousa (Gipão).
Foto: Assessoria Câmara

O presidente da Câmara de Araguaína, Aldair da Costa Sousa (Gipão), promoveu uma Audiência Pública sobre o crescente número de casos de Bullying, automutilação e suicídio entre jovens e adolescentes com idade escolar. O debate aconteceu no plenário da Câmara Municipal, durante sessão na tarde da última segunda-feira (14), com representantes da Defensoria Pública, 9ª Promotoria de Justiça, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), 2º BPM, Conselho Tutelar, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação, representantes de igrejas e de instituições de ensino superior.

O defensor público, Dr. Pablo Mendonça, destacou que atualmente  a estrutura familiar tem sido afetada de diversas formas e os adolescentes são mais prejudicados:

“Faço vistoria nas cadeias, principalmente no interior. Trabalhei numa cidade onde tinha 31 reeducandos, desses 28 não tiveram pais presentes e 21 nem levam o nome do pai no registro. A gente percebe que esse problema de suicídio e mutilação também está envolvido na criminalidade e na falta de uma família coesa”, disse.

Para o defensor, o veto integral da lei federal que garantia atendimento por profissionais de psicologia e serviço social aos alunos das escolas públicas de educação básica, pelo presidente Jair Bolsonaro, acabou gerando muitos desgastes para os educadores: “Essa lei foi vetada. A saúde mental deve ser cuidada de maneira preventiva. Professores ou qualquer um que trabalha na educação estão desgastados, porque estão fazendo um papel que não é deles”, reclamou.

Segundo dados da Diretoria Regional de Educação, apresentados durante o debate, no primeiro semestre de 2019 foram identificados 278 casos de bullying e cerca de 310 casos de violência nas escolas estaduais.

Gipão decidiu trazer essa discussão para a casa de leis, depois de participar de um debate realizado pela Defensoria Pública Estadual, em torno dessa mesma problemática. Ele frisou a  importância das igrejas no combate à violência e prevenção do Bullying e suicídio na transformação do ser humano, um trabalho que nem sempre é reconhecido por parte do Poder Público.

"Eu sugeri a participação das igrejas nesses debates durante uma  Audiência Pública realizada anteriormente na sede da defensoria. A própria Constituição Federal foi promulgada sob a proteção de Deus. Salmos 127, diz: 'Se Deus não guardar a cidade, em vão vigiam os guardas.' Não podemos ignorar o trabalho que é realizado pelas igrejas através da fé e de trabalhos sociais, na recuperação e transformação das pessoas. E vale ressaltar que este trabalho desenvolvido pelas instituições religiosas não onera os cofres públicos", finalizou.

O pastor Euzimar Nunes, líder da Primeira Igreja Batista de Araguaína, com vasta experiência no trabalho de aconselhamento de famílias, que inclusive ministra palestras em empresas e escolas, afirmou que "eles (pais) sentem que a escola é responsável pela educação de seus filhos e eles corresponsáveis. Está errada a ordem. Precisamos alterar isso. Se nós não alterarmos essa ordem, vamos trabalhar muito e fazer pouco. Precisamos de meio mundo de coisa, mas se não tiver a participação mais efetiva de pais e mães, não vai mudar nada".