Presidente regional do Sintet desmente Governo em relação ao "2º maior salário" e afirma que greve tem 100% de adesão

O presidente regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintet) de Araguaína, professor Jesulê Guida, rebateu os argumentos apresentados pelo Governo do Estado, segundo o qual a categoria recebe o 2º melhor salário do Brasil e, portanto, não teria motivos para paralização.

Conforme Jesulê Guida, a comparação feita pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) não serve de parâmetro, pois, na maioria dos casos, o salário divulgado refere-se a uma carga horária de apenas 20 horas, enquanto no Tocantins a remuneração de R$ 3.233,39 corresponde a 40 horas semanais. “Se os professores de São Paulo e Minas Gerais, que são Estados ricos, recebem salários inferiores ao do Tocantins é por pura incompetência dos governantes e não serve de parâmetro quando se fala em valorização da categoria”, afirmou.

O presidente regional do Sintet lembrou que os nossos vizinhos Pará e Maranhão pagam salários de R$ 1,8 mil a R$ 2 mil referente a 20 horas semanais. Se considerarmos as 40 horas, o salário nesses Estados será bem superior ao que é pago no Tocantins.

Até os municípios pagam melhor

Jesulê afirmou ainda que há municípios na região de Araguaína que recebem o menor percentual do Fundo de Participação dos Municípios (que é 0.6) e ainda assim pagam um salário melhor que a rede estadual. “Alguns desses municípios pagam R$ 1,8 mil por vinte horas semanais, o que também é um salário superior ao nosso”, afirmou.

Desvalorização

O presidente regional do Sintet lembrou que um professor tocantinense em final de carreira (após 30 anos de trabalho em sala de aula) receberá em torno de R$ 4.200,00. Um professor com doutorado tem salário na faixa de R$ 5,7 mil, enquanto isso, um motorista da Assembleia Legislativa do Estado recebe R$ 10 mil. “Não que os motoristas não mereçam esse salário, o nosso é que está defasado” afirma Jesulê.

Conforme Jesulê, a luta dos professores não apenas por salário, inclui também reivindicações por condições dignas de trabalho, para que o professor seja tratado como gente, pelo fim das interferências políticas nas escolas e eleições democráticas para diretores, entre outros pontos.

Adesão à greve

Diferentemente do foi divulgado pela Secretaria Estadual de Educação, a direção regional do Sintet afirmou que a greve já tem a adesão de 100% dos trabalhadores em educação das cidades de Araguaína, Ananás, Riachinho, Piraquê e Babaçulândia.