Ampliar as ferramentas pedagógicas que contribuem para a educação de alunos cegos, nas Salas de Recursos Multifuncionais, é um dos objetivos da 2ª etapa da Formação Continuada para o Ensino do Sistema Braille. A capacitação teve início nesta segunda-feira, 23, em Palmas.

Nesta segunda etapa da formação, os educadores vão aprender a usar o código universal de leitura tátil no ensino da Matemática. O sistema Braille é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada, e pode-se fazer a representação tanto de letras como de algarismos.

A professora Joseny Maria Bonfim Monteiro, educadora do Centro Educacional Fé e Alegria Paroquial Bernardo Sayão, de Gurupi, participa da capacitação. Segundo ela, que atende a 16 alunos com diversas deficiências e necessidades na Sala de Recursos Multifuncionais, a formação contribui para melhorar a interação com os alunos em sala de aula. “Está me ajudando muito a melhorar o meu trabalho, agora sei o que é uma Sala de Recursos, que posso utilizar um vasto material e além do que aprendemos nos debates, pesquiso na internet e em outros meios para oferecer a melhor forma de aprendizagens para os alunos que atendo”, frisou a educadora que há sete anos trabalha com a educação inclusiva.

Para a professora Maria Glória Batista da Mota, da Organização Nacional dos Cegos do Brasil (ONCB), o resultado das avaliações da primeira etapa da formação reforça que os alunos do Tocantins estão avançando bem na aprendizagem do Braille. “Com essa formação, podemos dizer que estamos promovendo a inclusão do aluno cego com acesso ao currículo da base nacional de educação e, com isso, eles poderão participar do Enem e de outras avaliações nacionais”, frisou a coordenadora da capacitação.

A coordenadora de Educação Inclusiva da Secretaria de Estado da Educação e Cultura do Tocantins (Seduc), Maria Marlene dos Santos Teixeira Porto, ressaltou que o curso promove a troca de experiências entre os educadores e colabora para o trabalho nas salas de recursos. “Eles estão aprendendo e serão capazes de produzir qualquer tipo de texto em Braille para os seus alunos. E o mais importante é compartilhar os trabalhos pedagógicos produzidos em sala de aula”, disse.

A formação dos professores segue até sexta-feira, 27, no auditório do Hotel Turim, em Palmas.

Exposição

Na próxima quinta-feira, 26, a partir das 8 horas, haverá uma exposição com os trabalhos produzidos pelos alunos e professores em sala de aula, além de mostra de livros elaborados pela Coordenação de Educação Inclusiva da Seduc. São materiais com figuras em alto relevo para a visualização tátil dos alunos cegos ou com baixa visão. 

Uma das expositoras será a educadora Ivanilda Moreira de Souza Marques, técnica da Seduc, que trabalha na produção de material pedagógico para alunos cegos. “Produzimos ilustrações para livros e é muito encantador quando um aluno tem acesso ao material e expõe suas emoções ao perceber, com a linguagem tátil, as histórias contadas pela literatura”, afirmou.