
Um projeto de pesquisa aplicada ao Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de diagnosticar mulheres com maior probabilidade de desenvolver o câncer de colo de útero, identificando a doença em fase inicial, está sendo desenvolvido no Tocantins e acompanhará 250 mulheres devidamente reguladas, pelo período de um ano, no ambulatório do Hospital Geral de Palmas (HGP), no Ambulatório Atenção à Saúde de Palmas (AMAS) e no Ambulatório de Porto Nacional.
A pesquisa que está em fase de recrutamento de mulheres é coordenada pela diretora do Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (Lacen-TO), Jucimária Dantas Galvão, que explica como funciona. “Já identificamos que o número de mulheres que acabam de fora do rastreamento oficial do câncer de colo de útero é grande, porque até 70% das mulheres que realizam a citologia, não voltam para o acompanhamento preconizado, o que se perde a capacidade de identificar a fase inicial da doença”, disse.
Ainda segundo a pesquisadora, “a proposta é que na primeira amostra, a gente já faça testes adicionais que identifiquem a doença na fase inicial, identificando as proteínas envolvidas no desenvolvimento do "Papiloma vírus humano" (HPV), e assim encaminharmos estas mulheres para os serviços de colo estruturados no Estado”, afirmou, acrescentando que “os casos de mulheres com primeiro exame de citologia com resultados de “células escamosas atípicas de significado indeterminado” (ASC-US) ou com “lesão intraepitelial escamosa de baixo grau” (LSIL), avaliaremos quais são os melhores métodos para definir a necessidade do encaminhamento para a colposcopia, para o diagnóstico de lesões pré-malignas ou o câncer do colo do útero de forma mais precoce”.
A pesquisa
O projeto de pesquisa foi contemplado no Edital FAPT/SES/MS/CNPq 01/2018, de doutoramento junto ao Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueiras/Fiocruz, intitulado: Efetividade da marcação combinada de p16 e Ki67 na referência de mulheres com citologia ASC-US ou LSIL para colposcopia.
As pacientes participantes serão atendidas no Serviço de Referência para o Colo (SRC) situado no município de Palmas: (AMAS ou HGP-Ambulatório de Especialidades), Porto Nacional (ASPEL) ou no Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), onde serão examinadas por um médico ginecologista especialista, feita a coleta de uma nova amostra para o preventivo (citologia, DNA-HPV e Imunocitoquímica - p16 e Ki67) e a colposcopia.
Após um desses resultados, a participante continuará o atendimento na mesma unidade, com a realização de um novo preventivo após seis ou 12 meses e/ou colposcopia e demais exames de diagnóstico caso tenha indicação médica.
A biópsia somente será realizada se houver necessidade para esclarecer cada caso e não por causa da pesquisa. Os resultados dos exames realizados na pesquisa serão encaminhados para os prontuários, tão logo sejam concluídos.