
A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta sexta-feira (27/6), três mandados de prisão e outros três de busca e apreensão em nova fase da Operação Sisamnes para avançar na apuração sobre o vazamento de informações sigilosas sobre inquéritos no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Um dos alvos de mandado de prisão é o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos . Ele se entregou à polícia.
O policial civil Marcos Albernaz e o advogado Antonio Ianowich Filho também são alvos da operação e foram presos nesta sexta.
As medidas foram autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, e são cumpridas em Palmas, no Tocantins. A investigação sobre vazamento é parte da apuração sobre venda de sentenças no STJ apurada na operação Sisamnes.
“A apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos”, diz a PF.
Os investigados são suspeitos de utilizarem as informações vazadas, diz a PF, para proteger aliados, frustrar ações policiais e construir redes de influência.
Como mostrou a coluna da Mirelle Pinheiro, conversas encontradas pela, PF na Sisamnes indicam o vazamento de informações de casos que tramitam no STJ. Em um dos diálogos, o prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), diz ter recebido informações de um ministro do STJ pouco tempo antes de uma operação ser deflagrada.
No diálogo com o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), o prefeito afirma que o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, teria lhe passado informações antecipadas sobre uma operação da PF deflagrada em 2010.
“Esse Noronha, há 15 ou 18 anos, ele me chamou em Brasília e falou para mim: ‘Siqueira, só para avisar ao teu pai que vão ser afastados quatro desembargadores’, disse o prefeito agora preso na mensagem.