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Quais são as tendências gastronômicas para os próximos anos?

Priorizar alimentos frescos e naturais, cozinhar com farinhas alternativas, além do trigo, encontrar alimentos com boa gordura e ter ciência da cadeia produtiva do alimento, até que ele chegasse ao consumidor, são algumas delas

A alimentação ganha destaque cada vez maior na busca por uma saúde equilibrada.
Foto: Divulgação

A ideia de que as pessoas são o que comem não é exatamente nova. Porém, com o avanço da ciência e da medicina, a alimentação ganha destaque cada vez maior na busca por uma saúde equilibrada e na investigação de possíveis causas para sintomas e problemas de saúde.

Assim como a cultura e a história, os hábitos e as tendências alimentares podem mudar ao longo do tempo, influenciados por processos econômicos e políticos de cada período. Nas últimas décadas, os grandes centros urbanos têm sido especialmente marcados pela corrida contra o relógio, o ritmo frenético, o estresse e a ansiedade, o que impacta diretamente a forma como as pessoas se alimentam.

Não por acaso, as redes de fast food explodiram na segunda metade do século XX. Na última década, embora a agitação dos grandes centros urbanos tenha permanecido, surgiram movimentos como o slow food, que defende uma melhor qualidade das refeições a partir da maior apreciação da comida. Outra tendência recente é o consumo de bebidas com ingredientes variados. Confira mais.

Farinhas alternativas

Com o crescimento das discussões sobre a alergia ao trigo, também conhecida como doença celíaca, o mercado que oferece outros tipos de farinha cresce vertiginosamente, assim como sites e programas com sugestões de receitas que utilizam opções alternativas.

Farinhas feitas de outros ingredientes, como coco, amêndoa, avelã, girassol, linhaça e papoula, são ótimas não só para quem tem esse problema de saúde, mas também para quem quer reduzir o consumo de grãos e preservar a saúde dos intestinos.

Alimentos frescos e naturais

Após décadas de fast food, cresceram os estabelecimentos alimentícios que oferecem comidas naturais, privilegiando ingredientes frescos e saudáveis, especialmente frutas, verduras, legumes e produtos integrais, como arroz, massas e pães.

Nesse contexto, lanches da tarde que, antes, eram compostos por salgadinhos ricos em glúten e gordura, hoje, são preenchidos por frutas secas, sementes e petiscos contendo legumes cozidos e saladas.

Bebidas sem álcool

Apesar de o álcool não ser concebido como uma droga e ter suas propagandas maciçamente veiculadas em canais televisivos, impressos e virtuais, nota-se, hoje, uma expansão da busca por bebidas sem álcool — desde chás e sucos até opções tradicionalmente alcoólicas que incluem novos ingredientes no lugar.

Um exemplo são as bebidas contendo lúpulo, planta que confere o gosto amargo e o aroma da cerveja. Embora seja ingrediente indispensável das cervejas, é possível encontrar chás ou águas com gás misturados a um tipo de lúpulo.

Gordura do bem

Se a gordura foi considerada inimiga da alimentação saudável por muito tempo, essa visão foi sendo transformada nos últimos anos. Como outros componentes do organismo humano, ela tem funções importantes, por exemplo, isolamento térmico e mecânico, proteção de órgãos vitais, além da composição de enzimas, hormônios e células.

Nesse sentido, cresce a busca por alimentos contendo a boa gordura, lipídios insaturados, tais como manteiga, sardinha, ovos, salmão, abacate, nozes, óleo de coco e alguns tipos de sementes, como castanha e linhaça.

Melhores práticas e cadeia produtiva

Saber qual foi a cadeia produtiva que trouxe o alimento até o prato — desde o plantio dos ingredientes até a distribuição e a comercialização, quem produziu o alimento e quais foram as técnicas utilizadas para fazê-lo — é outra tendência marcante da gastronomia do século XXI.

Esse movimento é importante para motivar outras lógicas produtivas e diminuir o consumo de produtos que devastaram grandes áreas protegidas por lei, como é o caso de boa parte da carne bovina e da soja brasileira no Cerrado e na Floresta Amazônica.

Verificar qual foi a pegada ecológica deixada pelos alimentos que consumimos é um imperativo antigo, que se faz ainda mais urgente em um contexto de catástrofe climática em escala global. Um exemplo de boa prática, mais condizente com os processos naturais de determinados biomas, é a produção de vinhos que inclui casas onde as aves podem instalar seus ninhos.