Vereadores de Araguaína em sessão ordinária.

Vereadores desqualificaram o relatório do Observatório Social sobre o custo dos parlamentares em Araguaína.  Segundo a entidade, no ano de 2017 o gasto com vereadores foi de R$ 11,5 milhões, 91% das aprovações "não têm relevância" social e houve 100 faltas sem desconto nos salários.

O relatório foi divulgado pelo Observatório Social na última quarta-feira (15). Nesta segunda-feira (20) vereadores saíram em defesa da Casa de Leis.  Além disso, os parlamentares apontaram inconsistência nos números e cálculos imprecisos.  Apesar de alguns manifestarem respeito, outros chamaram de perseguição.

O vereador Mané Mudança (PP), que assumiu a vaga do Soldado Alcivan (PP), defendeu a fiscalização externa, mas ponderou. "Agora, tem que vir com conhecimento". Sobre a falta de relevância das matérias aprovadas  na Casa, citada pelo Observatório, Mudança alfinetou. "É falta de conhecimento. Pessoas que vem para julgar o vereador, para ver o trabalho que o vereador está fazendo, tem que ter conhecimento da causa."

Mané Mudança ainda criticou o Observatório por, segundo ele, não fiscalizar os demais órgãos públicos de Araguaína e do Tocantins. "Por que não observa os promotores, o Ministério Público? Por que não observa os juízes?" Questionou, acrescentando. "Eu fiquei chateado. (...) Eu fico triste. Estou falando aqui pela minha indignação."

Terciliano Gomes (PV) -- apontado como o campeão de faltas, com 15 ausências em 2017-- também se manifestou.  "O que causa estranheza é porque critica tanto a falta de Leis por parte do vereador". Ele sugeriu à entidade que também faça um projeto de iniciativa popular e alfinetou.

"Não venha aqui cobrar moralidade fazendo algo que esteja fora da legalidade." Terciliano acrescentou ainda que todas suas faltas foram justificadas e suas viagens foram custeadas com dinheiro próprio.

Gilmar da Auto Escola, vereador do PSC, também emitiu sua opinião em relação ao trabalho do Observatório Social.  "Entendo que essa é uma perseguição (...) para colocar a comunidade de Araguaína contra os vereadores."

Já o presidente da Casa, Marcus Marcelo, frisou a transparência da Câmara e esclareceu alguns pontos do relatório do Observatório Social. "Eles têm hoje todas as informações (...) porque a Casa não tem nada a esconder, todas [estão] no Portal da Transparência."  Além disso, Marcus disse que o custo anual do vereador, apontado pela entidade (722 salários mínimos) "não reflete a realidade."

Marcus citou que na Câmara existe ao menos 157 servidores efetivos e comissionados" e os recursos para manter essa estrutura tem previsão legal. Elencou que o "corpo da Casa de Leis" é composto, além dos vereadores, por Secretaria, Controle Interno, Contabilidade, Financeiro, Jurídico, Administrativo, vigilantes e ASGs.

Segundo Marcus, a entidade se equivocou ao calcular todo o gasto anual como se fosse o custo para manter os vereadores. "Não corresponde ao que é a verdade". Finalizou Marcus, presidente da Casa de Leis.

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http://araguainanoticias.com.br/noticia/46798/vereadores-custaram-r-115-mi-e-91-das-aprovacoes-nao-tem-relevancia-aponta-observatorio-social/

http://araguainanoticias.com.br/noticia/46756/sem-desconto-no-salario-vereadores-de-araguaina-acumularam-100-faltas-nas-sessoes-de-2017/