Secretário de Estado da Segurança Pública Cristiano Sampaio em audiência na Câmara dos Deputados
Foto: Reprodução TV Câmara dos Deputados

O Secretário de Segurança Pública do Tocantins, Cristiano Sampaio, participou de audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (4). Ele criticou o que chama de “olhar estreito” em acreditar que a “segurança pública diz respeito a seis, oito ou dez delegados”. E a tese de que o “mundo gira em torno de uma delegacia de capital” Palmas.

Durante quatro horas, Cristiano ouviu críticas e respondeu perguntas na Comissão de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado. O foco do debate era o fim da Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma), em Palmas.

A mudança feita pelo Governo no Estatuto da Polícia Civil é vista pelos delegados que participaram da audiência como perseguição ao combate a corrupção. E ainda como uma retaliação por operações que atingiram poderosos políticos no Estado. Também asseguram que o fim da Dracma enfraquece o trabalho da PC.

Cristiano rebateu as críticas e garantiu que tudo foi realizado dentro da legalidade. Sobre a extinção da Dracma, explicou que mudou apenas a estrutura passando a integrar a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO). Também assegurou que nenhum delegado foi perseguido, transferido ou sofreu qualquer espécie de retaliação. Defendeu a legalidade dos procedimentos e criticou o “olhar estreito.”

--É fácil, às vezes, por um olhar mais estreito, entender que tudo passa em torno disso. E algumas vezes (...) a gente acreditar que a Segurança Pública, a Polícia Civil, e todos os atos de gestão, dizem respeito a seis, oito ou dez delegados que estão fazendo o trabalho. A gente, sem querer diminuir, achar que o mundo gira em torno disso.  Alfinetou Sampaio.

Cristiano frisou que antes da mudança, a Dracma localizada em Palmas investigava crimes de corrupção em todo o estado. E agora, o “padrão” é o delegado “natural” investigar no interior, isto é, o titular da DEIC Regional.

“Ele é [da delegacia] especializada, ele está vinculado a uma diretoria especializada e seguindo a mesma regra do processo judicial, é competente.”  Frisou, ressaltando o padrão não é engessado.

O secretário também afirmou ter brigado muito “contra a personalização” e defendeu a descentralização das investigações de combate à corrupção.

“Agora, você dizer que o delegado local, titular de uma divisão de investigação do crime organizado, não tem competência para investigar, é aí sim subverter a ordem. E achar que o universo gira em torno de uma delegacia da capital. (...) Tem sete DEIC em todo o Estado com delegados, igualmente competentes.  (...) A regra se assemelha a do processo judicial.”  Justificou Cristiano Sampaio.