Ana Clara estudou por três anos para conseguir ser aprovada no curso de Medicina
Foto: Ananda Portilho/Governo do Tocantins

“A sensação de ver o meu nome na lista foi única. A felicidade e a sensação de dever cumprido e recompensa pelo esforço são indescritíveis”. Esta é a sensação que o estudante tocantinense Guilherme Lopes, aprovado recentemente no vestibular no curso de Medicina da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), sentiu quando viu o seu nome na lista. As aulas do curso de Medicina do câmpus de Augustinópolis iniciaram na segunda-feira, 14, e dos 40 alunos aprovados, 15 são tocantinenses.

Sem nenhum médico na família, Guilherme relata que o sonho de fazer Medicina veio ainda no ensino médio após ter contato com a área da saúde, quando fez um curso técnico em Enfermagem. “De imediato, eu já me identifiquei com a área, a dinâmica de uma unidade de saúde e a importância de um serviço médico para as pessoas. Foi durante esse tempo de curso técnico que eu descobri o que eu queria e, a cada dia, me via mais convicto da minha decisão: Eu ia fazer Medicina”, relembra.

Devido à facilidade de fazer um curso de Medicina no exterior, considerando os custos, Guilherme chegou a estudar durante um ano no Paraguai, porém o sonho foi interrompido por causa da pandemia da covid-19. Quando retornou ao Brasil, decidiu que iria estudar para prestar o vestibular e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Tocantins. Ele viu, na Unitins, a possibilidade de realizar o seu sonho.

“Como todo vestibulando, dificilmente temos a oportunidade de escolher o lugar em que vamos fazer o curso, mas a possibilidade de estar no meu Estado estudando em uma instituição pública me fez tentar o vestibular da Unitins”, afirma.

Questionado sobre as expectativas com o curso, Guilherme exalta a estrutura curricular, enxergando-a como completa e humanística. “As minhas expectativas para o curso são as mais otimistas, o curso de Medicina da Unitins entrega uma estrutura curricular extremamente completa e humanística. Espero alcançar o conhecimento necessário com os meus docentes para lidar com os problemas que a saúde - principalmente pública- do nosso Estado ainda enfrenta, aprendendo ativamente com a realidade ofertada pela microrregião do Bico do Papagaio, bem distinta da Capital”, ressalta.

Mais perto de casa

“Quando eu pensava em cursar Medicina, nunca imaginei que pudesse ser no meu Estado, muito menos na minha região. Optei pela Unitins por questões de proximidade da família e também pelo custo de vida ser menor. Fiquei maravilhado com a abertura do curso de Medicina aqui no Bico do Papagaio, bem perto de casa mesmo. Estar perto de casa ajuda muito. A vida do estudante é muito pesada, tem muitos desafios, estar perto da família pode ser o diferencial nesse processo”, declara o estudante Ruan Pablo Oliveira, de 19 anos, natural de Tocantinópolis, aprovado em segunda chamada, pela cota de Escola Pública Indígena.

Sobre as perspectivas de atuação no futuro, Ruan destaca que quer contribuir por meio da sua formação na região em que vive, no Bico do Papagaio. “Hoje, eu penso em continuar aqui no Estado, fazer residência e trabalhar na região com o objetivo de ajudar as comunidades dessa área, que é a minha região no Tocantins, bem como a população do estado como um todo”, planeja.

Esforço que valeu a pena

A estudante Ana Clara Fernandes, de 18 anos, natural da Capital, estudou por três anos para Medicina, foi aprovada em ampla concorrência na primeira chamada e destaca a determinação como ponto estratégico para atingir os seus sonhos. “Sempre levei a frase matéria dada, matéria estudada muito a sério, então tinha uma rotina bem definida, fazia muitos exercícios e treinava muito a minha redação”, ressalta.

Com aprovação em uma universidade pública no Tocantins, ela ressalta os benefícios que é estudar Medicina na Unitins. “Facilita muito estar no mesmo Estado de onde eu sou. Mesmo Palmas sendo longe e não tendo como meus pais estarem aqui todos os fins de semana, por exemplo, sempre que tiver um feriado prolongado eles vão conseguir vir. Eu também tenho parentes aqui na região norte do Estado, então eu fico mais perto da família, o que é muito importante para quem está cursando Medicina”, destaca.