Muito já foi escrito acerca do que é necessário para se tornar num especialista ou mestre num determinado campo, e um autor que se popularizou sobre este assunto foi Malcom Gladwell. No seu livro, “Outliers: The Story of Success”, Gladwell explica que a forma mais simples de se tornar um mestre numa área é dedicar 10.000 horas de prática. Ou seja, se quiser tornar-se num mestre a tocar viola, apenas tem de dedicar esse número de horas a aprender como pegar no instrumento, como posicionar os dedos, ler as pautas, e eventualmente se tornará num mestre. No entanto, isso não é verdade.
Uma generalização provocadora - o que dizem os especialistas sobre isto?
Especialistas vieram dar sua opinião acerca das afirmações de Gladwell, sendo que um deles, Anders Ericsson, chamou às dez mil horas de prática uma “generalização provocadora”. Gladwell aponta exemplos que demoraram as 10.000 para se tornarem mestres: os Beatles, que segundo ele praticaram durante esse tempo em concertos nos anos 60, ou mesmo Bill Gates, que utilizou 10.000 horas para se especializar em programação de computadores. No entanto, o número 10.000 é, em si, completamente arbritário, pois não existe forma de saber ao certo quanto tempo estas pessoas dedicaram à sua arte antes de se tornarem especialistas. Existem diferentes opções para se tornar mestre!
Mas então, se 10.000 horas não é regra... Qual é?
Segundo cientistas, como a psicóloga Brooke Macnamara e seus colegas, a prática não é o único responsável por tornar alguém num especialista. Aliás, segundo um estudo acerca do impacto da prática versus a genética, outros fatores têm muito mais peso na qualidade de uma especialidade do que a prática em si. Por exemplo, a idade com que se começa a praticar algo tem muito peso na forma como a pessoa se vai desenvolver nesse campo, e a aprendizagem de uma língua é um exemplo desse caso. Para além disso, e de acordo com o psicólogo Robert Plomin, os fatores genéticos também têm um grande impacto na abilidade de aprender.