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SES-TO alerta para a importância da prevenção e tratamento da hipertensão arterial

Dados do Ministério da Saúde apontam que o Tocantins possui 350.895 pessoas com a doença

A doença deve ser monitorada com a ajuda de especialistas
Foto: Luciana Barros/Governo do Tocantins

Viva Melhor

Com o intuito de conscientizar a população sobre os fatores de risco e a importância do diagnóstico e tratamento precoces, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) destaca o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado no sábado, 26 de abril.

Dados do Sistema de Informação para Atenção Básica (SISAB), do Ministério da Saúde (MS), apontam que o Tocantins possui 350.895 pessoas cadastradas com a doença, que não tem cura, mas pode ser evitada com a adoção de um estilo de vida saudável.

No Tocantins, a área técnica de Hipertensão e Diabetes atua no fortalecimento da política da Atenção Primária à Saúde (APS), com o objetivo de qualificar o processo de trabalho das equipes municipais, através de cooperação e assessoria técnica, conforme a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). O apoio técnico orienta profissionais e gestores de saúde no planejamento, organização e desenvolvimento de ações focadas na promoção e prevenção de doenças.

Segundo o gerente de Áreas Estratégicas para os Cuidados Primários (GAECP/SES-TO), Silvio Marcos Oliveira Lira, "priorizamos a sistematização das ações com foco na prevenção, no diagnóstico precoce, no rastreamento, na estratificação do risco cardiovascular, no controle dos fatores de risco e no tratamento contínuo da pessoa com hipertensão arterial e demais doenças crônicas não transmissíveis".


Hipertensão Arterial

A hipertensão arterial é uma condição crônica multifatorial, geralmente sem sintomas, caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial (≥ 140 mmHg e/ou ≥ 90 mmHg). É considerada um dos principais fatores de risco para todas as causas de óbito e doenças cardiovasculares.

Por se tratar de um mal silencioso, podem ou não ocorrer sintomas. Quando surgem, os principais são tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão.

O médico cirurgião cardiovascular do Hospital Geral de Palmas (HGP), Juan Fernando Terrones Cáceres, destaca que "essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como tumores das glândulas supra-renais, diabetes, doenças renais, infecções renais recorrentes, obesidade, hipo ou hipertireoidismo. Ações de prevenção e promoção da saúde, como práticas de atividades físicas, consumo de alimentos saudáveis, cessação do tabagismo, manejo do estresse, melhoria da qualidade do sono e redução do consumo de álcool, são estratégias essenciais para o bem-estar e a saúde integral das pessoas".


Tratamento

Na maioria dos casos, a hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e pelo programa Farmácia Popular.

Para retirar os remédios, é necessário apresentar documento de identidade com foto, CPF e receita médica válida (até 120 dias). A receita pode ser emitida por profissional do SUS ou de hospitais e clínicas privadas.

Nem sempre o tratamento envolve o uso de medicamentos. A adoção de hábitos saudáveis é essencial, sendo a atividade física uma forte aliada na prevenção de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares, além de auxiliar no controle do peso e reduzir o risco de alguns tipos de câncer.


Complicações

Segundo o neurocirurgião do HGP, Gustavo Fernandes Leobas, a hipertensão arterial, junto com o diabetes mellitus, são os principais fatores de risco para AVCs na população geral.

“Hipertensão arterial mal controlada gera ao longo dos anos um dano à parede das artérias cerebrais, deixando essas paredes mais grossas (com risco de entupimento impedindo a passagem do sangue para áreas do cérebro – AVC isquêmico) ou enfraquecidas, com risco de rompimento e sangramentos cerebrais (AVC hemorrágico). Por ser um risco silencioso, ao longo de anos a pessoa pode ter pressão alta e não sentir nada. Mas o dano às artérias vai ocorrendo até gerar um AVC. Por isso a importância do tratamento e controle dessas doenças de forma contínua", reforçou.