Três pessoas foram indiciadas pela PC por suspeita de participação no esquema

O relatório da Operação Espectro da Polícia Civil, que o AN teve acesso, traz detalhes do  suposto esquema de funcionário fantasma encontrado na Assembleia Legislativa do Tocantins. O documento contém mensagens trocadas pelo WhatsApp entre os suspeitos, falando sobre esconder o delito. Em uma delas, o operador tranquilaza o funcionário fantasma assegurando que não será preso. Já o suspeito de chefiar o esquema garantiu segurar a "bronca".

Nomeação retroativa

A publicação da nomeação do suposto fantasma, Danilo Parente, ocorreu no dia 7 de dezembro de 2016, mas com data retroativa a 1º de janeiro do mesmo ano.  O ato foi assinado pelo ex-diretor geral da AL, Antônio Ianowic, apontado como chefe do esquema.

Recebimentos

Ao todo, Danilo recebeu o montante de R$ 173 mil, incluindo R$ 109 mil de retroativo. Também ganhou R$ 16 mil de auxílio alimentação, R$ 9 mil de décimo terceiro e a AL gastou mais R$ 28 mil de encargos sociais com o fantasma.  Segundo a Polícia Civil, para aparentar a legalidade, o ex-diretor da AL providenciou folha de frequência assinada  por Danilo.

Caso na imprensa

Entretanto, no dia dois de fevereiro de 2017, a imprensa denunciou o caso. Daí, segundo a PC, os suspeitos de integrar o esquema elaboraram o plano para encobertar o ato ilícito. Entretanto, Danilo ficou com medo da repercussão do caso e de ser  preso e trocou mensagens  pelo WhatsApp com Flávio Negreiros-suspeito de ser operador em 8 de fevereiro.

Medo da jaula

Danilo disse a Flávio "Estou com medo de ir à jaula". Em resposta, Flávio o tranquilizou e garantiu. "Tá doido moço? Por isso não vai mesmo. Pode ir por outra coisa, mas por essa não precisa nem ter medo". Segundo a PC, o plano para escapar da punição era atribuir a nomeação a um "erro material de digitação" e que a data correta seria 1º de novembro de 2016 e não 1º de janeiro, como mostra o documento.

Plano

Entretanto, o dinheiro já havia caído na conta de Danilo. Segundo a PC, ele já havia sacado os  R$ 90 mil no Banco do Brasil de Paraíso, transportou para Palmas e entregou a Flávio Negreiros. Mas, o ex- diretor da AL garantiu segurar a bronca. Isto é, executar o plano. Esse consistia em devolver os 90 mil, justificar que foi equivoco na data de nomeação. O outro passo, era destruir as provas, pegando as folhas de frequências assinadas por Danilo.  Segundo a PC, mesmo exonerado há 12 dias, Antônio pegou os documentos (folhas de frequência do fantasma entre janeiro e novembro) na AL.  Já o dinheiro, os  R$ 90 mil, seriam devolvidos à AL por Antônio, suposto beneficiário.

Apesar das tentativas de minimizar o ocorrido, Danilo não suportou a pressão e delatou o esquema criminoso no dia 16 de fevereiro de 2017. Segundo o inquérito, acompanhado de advogado, ele foi até à DEIC/DRACOL, onde prestou declarações com riqueza de detalhes. Além disso, ele entregou o celular onde a Polícia encontrou as provas.

Indiciamentos

O resultado da investigação, divulgado no último dia 22, indiciou três pessoas como integrantes do esquema. São eles, o advogado e ex-diretor Geral da AL, Antônio Ianowich (suspeito de chefiar o esquema); o coordenador de Almoxarifado e Estoque, Flávio Negreiros Alves (suspeito de ser o operador) e o ex-Diretor de Modernização Tecnológica Danilo Parente (suspeito de ser funcionário fantasma). O AN não conseguiu contato com os citados. Já a AL disse que presa pela transparência, que o ato é referente a gestão passada e o suspeito de operar o esquema foi exonerado.

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