Teólogo Rafael Gomes Euzébio
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O bacharel em teologia Rafael Gomes Euzébio, mais conhecido como Fael Proscuneo, da Igreja Ágape de Araguaína, foge do estereótipo de que os evangélicos ‘rezam a cartilha’ do presidente Jair Bolsonaro.

Ele faz duras críticas à interferência da religião no Estado e defende a coerência.  E nesta época de coronavírus defende o distanciamento social, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Neste sentido, o líder evangélico aponta incoerência nos decretos do prefeito Ronaldo Dimas (Podemos) que proíbe o funcionamento de bares por causa da aglomeração, mas permite cultos em igrejas com até 40 pessoas. Ele reforça não ser a favor do fechamento de igrejas, mas pondera que a medida ‘soa’ como agrado político e um atendimento à pressão “eclesiástica”.

Penso que está errado. Deveria rever melhor essa questão. Porque se o que agrava o problema é a aglomeração de pessoas, porque estão fazendo concessões para um determinado setor? Talvez alguém, replique a fala do Silas Malafaia, feita há alguns dias atrás: ‘A igreja é o último reduto de esperança para a sociedade.’

Eu até quis entender o que o Malafaia quis dizer, porém, não podemos concordar de todo, não podemos abrir exceções para aglomerações, porque fica muito incoerente. Ora, os trabalhadores informais, autônomos e outros necessitam ser alcançados por alguma ação nesse sentido. Pontuou o bacharel em teologia.

Rafael também vê como negativa a interferência da religião no Estado Brasileiro e criticou o teor da live do presidente com líderes religiosos  no domingo de Páscoa.

Na oportunidade, Bolsonaro reforçou o discurso em defesa do retorno ao trabalho no comércio e o fim do isolamento social, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde. Para o teólogo, o endosso dos evangélicos a esse discurso é um “desserviço”.

Quando vemos evangélicos acentuando discursos e conclamando a volta por aglomerações, contrariando às ordens das autoridades sanitárias, fica cristalino o desserviço de algumas comunidades no que diz respeito à solidariedade e o bem coletivo.  Pontua Rafael, acrescentando.

Friso ainda que a questão econômica merece sim uma atenção peculiar, um estudo adequando para que ela não venha parar, porém, estamos falando de vidas humanas em risco.

Como disse num post essa noite no meu Facebook: “Economia se reinventa. Saúde se preserva”. Assim, a Igreja do Senhor Jesus, independentemente de placas denominacionais, precisa ter compromisso com vidas.  Pregar o Evangelho do Reino não é convocar pessoas pro gueto religioso. Pregar o Evangelho do Reino é, sobretudo, preservar e restaurar a dignidade da vida humana. Finalizou, reforçando ser a favor das lives por ser um tempo de comunicação afetiva e conexão efetiva.