Seringueira é o nome das árvores que produzem o látex usado na fabricação da borracha.
Foto: Lúcia Brito

A diversidade produtiva é uma das grandes características das pequenas propriedades rurais como forma de geração de renda e a conquista de novos mercados. 

Em Pium, município localizado a 120 km de Palmas, o produtor Edivan Cruz Pereira, incentivado pelas políticas públicas e a assistência técnica do Governo do Tocantins, por meio do Instituto de desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), investe no cultivo da seringueira e se prepara para a primeira colheita.

De olho nas ótimas condições do mercado da borracha, um setor cada vez mais promissor no país, o produtor há sete anos entrou na atividade e espera nesta primeira safra extrair 247 kg de borracha seca por hectare ao mês. Ele pode chegar a 2.475 kg por hectare ao ano, considerando um estande de 550 plantas por hectare, com uma receita de R$ 7,4 mil por cada hectare extraído. A área plantada soma três hectares com 1.666 árvores, estando atualmente com uma média de 1.650 plantas. 

Edivan lembrou que no início o manejo da área era com enxada e foice. Com a chegada da assistência técnica do governo, foi possível ter acesso a novas tecnologias. 

“Veio o crédito rural, quando foi possível comprar um trator e as coisas foram mudando e melhorando a fonte de renda da Fazenda. Depois chegou a experiência de plantar seringueira, e agora me preparo para a primeira colheita”. Ele conta que pesquisou e achou melhor entrar na produção de seringueira e recebe assistência técnica do Ruraltins. Conforme a mestre e Engenheira Florestal, Marla Guedes, o incentivo a novas alternativas produtivas nas propriedades rurais faz parte das políticas públicas do Governo do Tocantins para a geração de renda e melhoria de vida das famílias.

“O Edivan Cruz Pereira foi um produtor que sempre demonstrou abertura para as tecnologias. Então quando pensou em plantar a seringueira, já começou a pesquisar também. Então desde o plantio, passando pela adubação e condução, tudo aconteceu dentro dos que nós técnicos prezamos, e que era necessário para se ter um bom manejo do seringal. O Ruraltins atua nessa propriedade desde que se iniciou o plantio do seringal. O bom resultado e a boa qualidade têm relação direta dessa parceria entre os técnicos e o produtor”, frisa a engenheira.

Capacitação do produtor

Marla Guedes explica ainda que a forma como é feita a exploração afeta a vida útil do seringal, por isso é necessário conhecimento para realizar a sangria, como é chamada a técnica de extração da borracha.

“Com a implantação da seringueira na agricultura familiar muda-se o perfil do pequeno produtor sangrador. Em grandes áreas são contratados profissionais que já trabalham nisso, para fazer esse serviço. Nas pequenas propriedades é o próprio produtor quem vai fazer isso. Então receberá uma capacitação para que consiga fazer a abertura do painel de forma correta e a condução do mesmo. A seringueira pode chegar até 40 anos de colheita. Quando o sangrador não é tão qualificado, diminui muito os anos de produtividade dessas árvores”, finaliza. 

Seringueira

A seringueira é o nome das árvores que produzem o látex usado na fabricação da borracha. Essas árvores são originárias da bacia do rio Amazonas e atinge de 20 a 30 metros de altura e entre 1 e 1,5 metro de diâmetro.

Ao contrário da Amazônia, onde a árvore da borracha cresce dentro da floresta, no Tocantins ela passou a ser cultivada em propriedades rurais, e já soma mais de 6 mil hectares de seringueiras.

Os municípios onde é realizada a heveicultura - cultura da seringueira para a produção de borracha são: Palmeirópolis, Sandolândia, Santa Fé do Araguaia, Abreulândia, Marianópolis, Pium, Rio da Conceição, Pedro Afonso, Cariri do Tocantins e Araguaína.