O presidente do Tribunal de Contas União (TCE), conselheiro Manoel Pires dos Santos, o Tocantins perdeu cerca de R$ 300 milhões em verbas federais por falta de contrapartida em recursos não repassados pelos gestores do Estado e dos municípios. Nesta quinta-feira (1), foi debatida a metodologia adotada pelo TCE na fiscalização de atos da administração pública.
"Verbas federais são de competência do TCU. Hoje temos uma situação preocupante com relação às creches. A secretaria de Controle Externo do TCU no Tocantins constatou uma série de creches inacabadas no Estado", disse.
Em seu discurso, Pires destacou a importância da integração do Tribunal de Contas com o Poder Legislativo. Segundo ele, mesmo com todas as inovações adotadas, como o acesso, via internet, às operações e serviços do Tribunal, muitas as prefeituras não atendem de forma efetiva as normas. "Temos dificuldade para fazer a fiscalização completa de todos os municípios por falta de auditores também", afirmou.
Ao comentar a contrapartida dos gestores públicos para a realização de obras, ele citou como exemplo o alto número creches inacabadas. No entanto, Pires lembrou que, nesse caso, não cabe ao TCE fiscalizar, porque as obras são federais e a fiscalização é feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "A situação é calamitosa. Em um estado pobre como o Tocantins, um centavo faz diferença. Não podemos perder recursos por falta de contrapartida", alerta.
O deputado estadual Zé Roberto (PT) propôs a criação de uma Comissão de Serviço Público, composta pela Assembleia Legislativa e o TCE, para discutir formas de acompanhar e ajudar as ações de governo.