A Polícia Civil concluiu as investigações sobre o desaparecimento do músico Joan Braga dos Reis, 33 anos, ocorrido em abril deste ano na cidade de Guaraí. A PC também indiciou três PMs , lotados no 7º Batalhão da PM em Guaraí, por suspeitas de envolvimento no crime. Os nomes não foram divulgados pela PC.
De acordo com a PC, os três militares foram indiciados pelos crimes de homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Informou ainda que o músico Joan não possuía nenhum antecedente criminal.
Joan, que era músico das bandas Resfulengo e Forró Xique Moral, saiu do Distrito de Luzimangues (Porto Nacional), no dia 19 de abril deste ano, com destino a Centenário. O músico pretendia visitar a família, mas em razão de sequelas de um acidente automobilístico sofrido há dois anos, teve um surto psicológico enquanto esperava transporte em Guaraí.
De acordo com a PC, o músico foi visto dia 19 de abril vagando pela cidade sem noção de seus atos, entrando em carros estacionados e abertos, sendo impedido pelos proprietários dos veículos. “Até que em frente a um lava jato da cidade, Joan teria entrado novamente em outro veículo e causado pequenos danos ao tentar ligá-lo.”
Segundo os familiares, Joan não tinha habilitação e sequer sabia dirigir. No local, Joan foi abordado por um policial militar aposentado, que acionou uma guarnição da PM, composta pelos três policiais indiciados.
Depois desse episódio, o músico desapareceu, passando a ser procurado por toda a família e amigos e pela Polícia Civil, por meio da 5ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC - Guaraí), após o registro da ocorrência.
O cadáver de Joan foi localizado cinco dias após, por servidores da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto) que trabalhavam às margens da Rodovia BR-235, na divisa entre Guaraí e Tabocão, já em estado avançado de decomposição.
As investigações da 5ª DEIC definiram a materialidade, autoria e circunstâncias dos delitos, apontando a ação dos militares na morte de Joan, bem como a ocultação do cadáver e em ações que visavam afastar suas responsabilidades sobre os crimes.
Diante dos fatos, a autoridade policial representou pela prisão preventiva dos policiais militares, a qual foi decretada e devidamente cumprida na manhã desta sexta-feira, 1º de dezembro, após os investigados se apresentarem no Comando da Polícia Militar de Guaraí. Os policiais ficarão presos em unidade policial militar, à disposição do Poder Judiciário local.