Estudantes e professores da rede estadual do Tocantins foram destaques na 2ª Feira de Ciência, Arte e Engenharia, realizada pelo Instituto Federal do Tocantins (IFTO), na última quarta-feira, 22, com três projetos de escolas estaduais premiados. Nessa edição do evento, o tema foi “Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”.

Dentre os projetos premiados, o destaque foi para “Fitoplânctons: o pulmão azul do planeta”, desenvolvido pelo estudante Augusto César Ribeiro Cariolano, 14 anos, do 9º do ensino fundamental, da Escola Estadual Joaquim Francisco de Azevedo, de Taipas do Tocantins.

O projeto foi premiado com uma bolsa de Iniciação Científica Júnior, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no valor de R$ 300, por um ano, e recebeu um troféu na categoria melhor projeto.

“Por meio dessa ação, eu aprendi a observar e registrar as mudanças nas lentilhas-d’água, entendendo como a qualidade da água pode afetar a vida dos seres vivos. Aprendi a cuidar do experimento todos os dias, com paciência, responsabilidade e organização dos dados. Também melhorei minha forma de explicar a pesquisa para outras pessoas, perdendo a timidez e ganhando mais confiança. Além disso, descobri o quanto a ciência é importante para proteger o meio ambiente e que eu sou capaz de ir longe com dedicação e esforço”, contou Augusto.

O estudante desenvolveu o projeto com o apoio da escola e da professora de Biologia, Tânia Raquel da Cunha Souza.

Outros projetos premiados

O projeto “Horta com consciência hídrica: da agricultura local ao planeta água”, desenvolvido por alunos do Colégio Estadual Agrícola Brigadas Che Guevara, localizado na cidade de Monte do Carmo, que foi premiado com bolsa de iniciação científica do CNPq.

Também o projeto “Validação de um protótipo sustentável de caixa para abelhas sem ferrão”, da Escola Família Agrícola de Porto Nacional, foi premiado com bolsa de iniciação científica do CNPq.

“Durante a feira, pudemos expor os resultados parciais do nosso projeto, destacando a redução no consumo de água e o engajamento dos estudantes em práticas que unem sustentabilidade e inovação. A apresentação foi muito bem recebida pelo público e pela comissão avaliadora, que reconheceu o potencial educativo e ambiental da iniciativa. Como resultado desse destaque, fomos contemplados com uma bolsa de iniciação científica, que permitirá dar continuidade às pesquisas e ampliar as ações do projeto. Essa conquista não só valoriza o esforço dos estudantes, mas também reforça a importância de projetos escolares que conectam teoria e prática, formando cidadãos mais conscientes e preparados para os desafios socioambientais”, destacou a professora coordenadora, Leila da Costa Barros Araújo, do Colégio Estadual Agrícola Brigadas Che Guevara.

Inovações na feira em 2025

O professor Jânio Carlos Nascimento Silva, do IFTO, um dos responsáveis pela organização da feira, falou do sucesso e das inovações. “Essa feira teve início em 2023, e, neste ano, participamos da chamada pública do CNPq e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e fomos contemplados. E com isso, ampliamos a participação na feira e foi possível premiarmos cinco projetos com bolsa de Iniciação Científica e, desses cinco, três são de escolas estaduais. Foi impressionante a qualidade dos projetos apresentados, de diversas áreas do conhecimento, como criação de jogos, robótica, mercado financeiro, ciências da natureza, informática e linguagens”, esclareceu o professor.

O projeto considerado campeão foi o desenvolvido por estudantes do IFTO de Porto Nacional, denominado “Do azul do mar às mãos em Libras: registros ictiológicos marinhos”, este foi classificado para representar o Tocantins na 24ª Feira Brasileira de Ciências e Tecnologia (Febrace), que será realizada em março de 2026, no estado de São Paulo.

Sobre a participação do aluno Augusto, de Taipas, de uma escola estadual de jurisdição da Superintendência Regional de Educação de Dianópolis, o professor Jânio ressaltou a sua coragem. “Augusto cativou os jurados e foi premiado com o melhor projeto do ensino fundamental. O estudante teve a iniciativa de se inscrever para participar da feira, de fazer o diário de bordo. E para participar do evento, o estudante saiu de casa, às 3 horas da manhã, ficou o dia inteiro na feira e apresentou o seu trabalho com desenvoltura”, frisou.

O Corpo de Jurados da feira foi composto por professores da rede estadual de ensino, da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e do Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (Itpac), de Porto Nacional.